A Petrobras só irá recuperar a credibilidade junto ao mercado e aos investidores, após próximos balanços trimestrais gerarem dados para uma avaliação do desempenho da empresa sob o novo comando, na avaliação do consultor e ex-gerente executivo da companhia Ricardo Salomão. “Esses dados que saíram, dos balanços do último trimestre de 2014 e do primeiro de 2015, ainda são insuficientes para a gente saber a exata situação da empresa”, disse. “Só podemos fazer diagnóstico preciso se a empresa chegou ao fundo do poço ou se está em fase de recuperação, quando saírem mais balanços”, completou Salomão, após palestra no “IX Workshop Agroenergia: Matérias-Primas”, em Ribeirão Preto (SP).
Segundo ele, além de ao menos um ano da nova administração, a credibilidade de companhia melhoraria se o preço dos combustíveis de petróleo – gasolina e diesel – fossem livres. “Uma das falhas do setor é exatamente depender do governo aumentar ou diminuir o preço da gasolina. Deveria depender da empresa, a partir das realidades, do custo de produção, de quanto deve importar, para estipular o preço mais adequado”, explicou.
Salomão lembra que a mais recente alta no petróleo, após uma queda brusca nos valores, fez com que a gasolina importada pela Petrobras voltasse a ter um custo superior à comercializada no Brasil. “Enquanto a Petrobras importar gasolina mais cara e vender por menos aqui, sob a ótica do governo de controlar a inflação, não tem como recuperar a credibilidade com os investidores”, concluiu o ex-gerente executivo da Petrobras.
