O Banco do Brasil informou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que ainda avalia as medidas anunciadas na quinta-feira, 28, pelo governo para impulsionar o crédito habitacional, que tem sofrido com os saques da poupança neste ano em meio aos juros elevados. Além de liberar os bancos para usar R$ 22,5 bilhões dos depósitos da poupança que são obrigados a manter no Banco Central para desembolsos nas operações de financiamento habitacional, mudou as regras sobre o direcionamento dos recursos captados em depósitos de poupança para a habitação.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou que serão permitidos apenas os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) com lastro em financiamentos habitacionais no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e não imobiliário em geral.
Além disso, fixou prazos mínimos de vencimento e resgate para letras de crédito. Para as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), passou de 60 dias para 90 dias. Já para as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), o prazo mínimo de vencimento e de resgate passa a ser de 90 dias. Antes não existia prazo.
Além da liberação de compulsório para crédito habitacional, o BC também liberou empréstimos a produtores rurais (outros R$ 2,5 bilhões). No entanto, do outro lado, aumentou de 20% para 25% o depósito compulsório sobre os depósitos a prazo, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário). Com isso, espera retirar do mercado R$ 25 bilhões, a mesma quantidade que liberou para o financiamento habitacional e rural.
O BB, embora tenha seguido a Caixa e elevado os juros no crédito imobiliário, é um ponto fora da curva neste segmento. Por ter entrado mais tardiamente neste setor, também anunciou mudanças nas condições, mas, ao contrário dos demais, foram para facilitar a contratação. O banco, que financia até 80% do valor do imóvel, ampliou o prazo de 360 para 420 meses, aumentou as possibilidades de escolha dos sistemas de financiamento e ainda implantou uma metodologia de flexibilização de taxas.