Os candidatos a prefeito de Borá – menor município do Estado de São Paulo – poderão gastar até 18 vezes mais por eleitor do que um postulante ao mesmo cargo na capital – a maior cidade do País. É o maior teto per capita dentre os 645 municípios paulistas.
Na pequena cidade da região de Assis, os candidatos têm direito a reservar R$ 89 para cada eleitor. Na capital, em contrapartida, são apenas R$ 5,10.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Borá tem 1.214 eleitores aptos a votar, mas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 836 habitantes na cidade.
Os moradores não necessariamente superam o número de eleitores em razão da população flutuante. Na capital, são 8,8 milhões de eleitores para 11,9 milhões de habitantes.
Mesmo com teto tão elevado, a margem não deve impactar na campanha deste ano, dizem políticos locais, uma vez que a cidade é conhecida pelo alto grau de conectividade da população. Entre os moradores com mais de 13 anos, 93% têm perfil no Facebook. É na rede social que os candidatos pretendem investir mais tempo do que dinheiro.
Segundo um vereador que não quis revelar seu nome, o gasto será baixo porque “todo mundo conhece todo mundo”.
Na eleição passada, um vereador foi eleito com 31 votos para uma das nove cadeiras. “Se eu tivesse brigado com minha mulher no dia da eleição, tinha perdido”, disse Robson Donley (PSB). A comemoração foi curta e ele foi cassado por infidelidade partidária.
Serra da Saudade, em Minas, menor município do País e com o maior teto de gasto, tem 959 eleitores e 818 habitantes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.