O Instituto Inhotim, principal museu a céu aberto do Brasil, demitiu 84 pessoas entre maio e junho em decorrência da paralisação de suas atividades provocada pela pandemia de covid-19. Apesar das demissões, o Instituto ainda planeja sua reabertura e conta atualmente com 351 funcionários.
Por meio da assessoria de imprensa, o Instituto afirmou que "a reabertura está condicionada unicamente a um consenso entre os órgãos oficiais de saúde e turismo, que determinará quando for seguro para funcionários, visitantes e moradores de Brumadinho." O museu informa ainda que, "mesmo sem ter ainda data definida, o Inhotim já está trabalhando em um plano de reabertura, que será divulgado em breve".
Ainda de acordo com o Instituto, 74,5% do seu quadro de funcionários é composto por moradores de Brumadinho e 75,6% por pessoas em situação vulnerável e o museu teria priorizado a manutenção desses colaboradores. "É com eles nosso compromisso maior, e é pelo bem-estar deles que Inhotim zela para passar pelo cenário de pandemia gerando o menor prejuízo possível
Do total de funcionários ativos no museu, 212 estão em trabalho remoto e 139, necessários para a manutenção do parque e das galerias, estão trabalhando em um esquema especial de rodízio de acordo com normas estipuladas pelos órgãos de saúde. Nenhum funcionário do Inhotim foi diagnosticado com covid-19.
A reportagem tentou contato com o Senalba-MG, sindicato que representa, entre outros, os funcionários do Inhotim, mas até o momento da publicação desta matéria, não obteve resposta.
<b>Crises sucessivas no Inhotim</b>
O instituto, localizado no município de Brumadinho, em Minas Gerais, já vinha de outras crises, depois que o rompimento da barragem de Córrego do Feijão, da Vale, provocou 259 mortes em janeiro de 2019. As dependências do museu em si não chegaram a ser afetadas, mas metade dos funcionários à época foram atingidos pela tragédia e o instituto viu o número de visitantes cair bruscamente após o ocorrido.
Ainda em 2017, o idealizador do Inhotim, Bernardo Paz, havia sido condenado a 9 anos e três meses de prisão em regime fechado por lavagem de dinheiro, mas foi inocentado em segunda instância em fevereiro deste ano.