O empresário João Doria oficializou neste domingo, 24, sua candidatura a prefeito de São Paulo em uma convenção sem a participação de tucanos históricos, mas que teve o governador Geraldo Alckmin como protagonista.
A ausência do chanceler José Serra, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do presidente nacional do partido, Aécio Neves (que enviou uma mensagem em vídeo), foi compensada pelo senador Aloysio Nunes, que fez campanha contra Doria nas prévias da legenda.
Também participaram do ato dois ministros – Bruno Araújo (Cidades) e Alexandre Moraes (Justiça) -, o governador de Goiás, Marconi Perillo, e o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA).
O PSDB paulista vive um racha sem precedentes desde as prévias que elegeram Doria. O processo interno levou o vereador Andrea Matarazzo a deixar o partido e se filiar ao PSD. Depois de se apresentar como pré-candidato, ele deve ser candidato a vice na chapa de Marta Suplicy (PMDB). O vice de Doria é o deputado federal tucano Bruno Covas.
Aliados de Matarazzo, o ex-governador Alberto Goldman e o senador José Aníbal denunciaram Doria ao Ministério Público Eleitoral por compra de votos e abuso de poder econômico. O empresário nega as acusações.
Em sua fala, Alckmin escolheu o PT como alvo. “Os 13 anos de lulopetismo levaram o País a ser saqueado, literalmente. O PT quer vencer a eleição para se redimir e resolver seus problemas”, disse o governador.
Já Doria exaltou seus adversários internos em sua fala, mas afirmou que política “não se faz com o fígado”. “Nunca fui um divisionista. Na política, a arte é fazer amigos, mas com causas e bandeiras.”
Em outro momento, o candidato tucano provocou os petistas. “Vamos ensinar ao PT como se faz campanha nas ruas (…) O PT, partido de Lula e Dilma, deixou um legado maldito.”
Em entrevista concedida após a convenção, Doria disse que considera “pouco” o valor reservado pelo diretório nacional do PSDB para sua campanha: R$ 300 mil.
“É pouco, mas eu compreendo as necessidades do presidente (do PSDB) Aécio, que tem que atender ao País inteiro”. Segundo auxiliares de Doria, esse foi o valor gasto somente com a convenção, que teve seu custo dividido entre os diretórios nacional e municipal.
A campanha de Doria, que é o candidato mais rico na capital, calcula que gastará entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões entre o primeiro e segundo turno.