Mil agricultores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ocupam, desde terça-feira, dia 26, a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Fortaleza. A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas organizadas pelo MST em todo País. Eles reivindicam terra para as mais de quatro mil famílias acampadas em todo o Ceará, cesta básica, lonas, e investigação das denúncias dos casos de despejos e assassinatos de camponeses e indígenas.
No Ceará, o MST denuncia a constante ameaça de despejo das famílias, como é a situação do acampamento Nova Vida, em Mauriti, na região do Cariri, que está com ordem de despejo das mais de 40 famílias, que lá vivem há sete anos à espera do título de posse da terra.
Os manifestantes também protestam contra o presidente em exercício, Michel Temer, e cobram uma reunião com o governador do Estado, Camilo Santana (PT), para buscar soluções pra resolver a questão hídrica no Ceará.
Nessa terça-feira, o grupo teve uma audiência com o superintendente do Incra no Estado, Marcos Cals.
De acordo com Irinelda Lopes, da direção nacional do MST, como Cals assumiu recentemente a pasta, o encontro serviu apenas para deixá-lo inteirado sobre a pauta dos manifestantes. irinelda alfirma ainda que, ao longo desta quarta-feira, 27, estão previstas audiências com diversas secretarias estaduais. Enquanto isso, a ocupação no local segue por tempo indeterminado.
Os militantes do MST protestam ainda contra a paralisação da reforma agrária determinada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O órgão suspendeu os processos de seleção de beneficiários de lotes, bem como de pessoas que já tenham sido selecionadas pelo programa. Também pedem a recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, extinto pelo atual governo federal. Cobram ainda mais recursos para o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).