Economia

Juros terminam estáveis enquanto mercado aguarda IPCA e ata do Copom

A divulgação do plano de investimentos em infraestrutura do governo nesta terça-feira, 9, foi monitorada no mercado de juros, sem, no entanto, impactar as taxas futuras, que terminaram o dia perto da estabilidade, uma vez que os investidores aguardam a divulgação do IPCA, amanhã, e da ata da última reunião do Copom, na quinta-feira.

O Ministério do Planejamento anunciou na manhã de hoje um pacote de concessões de infraestrutura, que prevê investimentos de R$ 198,4 bilhões para rodovias, ferrovias, aeroportos e portos, incluindo a construção da ferrovia bioceânica entre o Peru e o Brasil, com participação chinesa. Entre 2015 e 2018, estão previstos R$ 69,2 bilhões. A partir de 2019, serão mais R$ 129,2 bilhões.

Após o anúncio do plano, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que outros investimentos serão incluídos no programa. “Sem dúvida eles ajudam a ter as expectativas de choque positivo na nossa produtividade e capacidade de competitividade. Temos uma carteira extremamente forte”, avaliou.

Pela manhã, os juros registraram leve alta, sustentada pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries (títulos do governo dos EUA) e projeções de inflação elevada. O Credit Suisse prevê um recuo significativo na inflação no primeiro semestre de 2016. Mesmo assim, a projeção da instituição para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 6,5% no quarto trimestre do ano que vem. Segundo o Credit, o IPCA deve alcançar 7,3% no primeiro trimestre de 2016, 6,7% no trimestre seguinte e desacelerar a 6,6% no terceiro trimestre e 6,5% no quarto.

No entanto, a alta das taxas perdeu força à tarde, em meio ao fraco volume de negócios e à falta de notícias para impulsionar os juros. Os agentes do mercado aguardam ainda a divulgação do IPCA de maio, amanhã, e da ata da reunião de política monetária do Banco Central realizada na semana passada, na quinta-feira.

Hoje foi divulgado o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que subiu 0,40% em maio, em linha com a mediana das estimativas. Para o resultado IPCA, que será anunciado nesta quarta-feira, os economistas do mercado financeiro preveem nova desaceleração em maio, ante a alta de 0,71% captada pelo indicador em abril. De acordo com levantamento finalizado hoje pelo AE Projeções, as estimativas são de um avanço de 0,50% a 0,68%. Com base neste intervalo, a mediana encontrada ficou em 0,59%.

No término do pregão regular na BM&FBovespa, o DI com vencimento em outubro de 2015 tinha taxa de 13,91%, ante 13,900% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2016 indicava 14,08%, de 14,06%. O DI para janeiro de 2017 apontava 13,58%, ante 13,57% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2021 marcava 12,51%, de 12,53% ontem.