O Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 4,4% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, divulgou nesta sexta-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Diante desta quinta queda consecutiva, o Icom atingiu 92,0 pontos no período, renovando o piso histórico da série iniciada em março de 2010. Além disso, o índice permanece na zona considerada “desfavorável” à atividade, abaixo dos 100 pontos, pelo segundo mês consecutivo. A média histórica do Icom é de 125,2 pontos. Na comparação com março de 2015, o recuo registrado em março foi de 24,7%.
“O setor se queixa do nível fraco da demanda e se preocupa com o estado geral da economia, o ambiente político e a queda forte da confiança do consumidor neste início de ano”, avaliou o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV, Aloisio Campelo, em nota oficial.
A piora mais intensa ocorreu em relação às avaliações sobre o momento presente. O Índice da Situação Atual (ISA) caiu 8,8% neste mês, para 69,1 pontos (o pior nível da série). Já o Índice de Expectativas (IE) recuou 1,5% em março, para 114,9 pontos. Segundo Campelo, as expectativas em relação aos próximos meses pioraram relativamente pouco na comparação com a queda registrada em fevereiro. No entanto, o recuo foi suficiente para levar o IE a um novo recorde negativo.
Desde a edição de novembro, a Sondagem do Comércio passou a trazer oficialmente dados com ajuste sazonal. Até então, o Icom era divulgado apenas com variações interanuais trimestrais. Como a série ainda é recente (iniciada em março de 2010), a FGV adiantou que vai revisar os resultados mês a mês, até que estejam mais consolidados. A coleta de dados para a edição de março da sondagem foi realizada entre os dias 03 e 24 deste mês e obteve informações de 1.215 empresas.