O dólar voltou a registrar ganhos firmes ante o real nesta sexta-feira, 27, servindo de motivo também para o viés positivo das taxas futuras de juros. Os investidores em renda fixa deixaram um pouco de lado os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil divulgados mais cedo e mesmo os números de crescimento americano, apoiando-se no dólar para puxar um pouco os prêmios. Só que o recuo dos yields (retornos) dos Treasuries limitou um pouco o movimento.
No fim da sessão regular, a taxa do contrato futuro de juros para julho de 2015 ficou em 13,050%, ante 13,039% de ontem; a taxa para outubro de 2015 marcou 13,440%, ante 13,409%; o DI para janeiro de 2016 marcou 13,58%, ante 13,55%; o DI para janeiro de 2017 ficou em 13,53%, ante 13,47%; e o contrato para janeiro de 2021 marcou 13,12%, ante 13,05%.
O dólar à vista negociado no balcão subiu 1,51%, aos R$ 3,2360, em meio às preocupações com o ambiente político em Brasília. As notícias de que o presidente do Senado, Renan Calheiros, colocará em votação na próxima terça-feira projetos que não são de interesse do governo federal – como o que obriga a regulamentação da mudança de indexador das dívidas de Estados e municípios – ajudavam a sustentar os ganhos da moeda americana. No exterior, o viés também era positivo.
Pela manhã, as atenções também estiveram voltadas para os números do Brasil, após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informar que o País cresceu 0,1% no ano passado. O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções, que esperavam de queda de 0,20% a expansão de 0,20%, que resultou em mediana com variação zero. Já no quarto trimestre de 2014 houve alta de 0,3% do PIB ante o trimestre anterior, melhor que a mediana projetada de -0,10% (intervalo entre queda de 0,40% e alta de 0,40%).
Os números vieram um pouco melhores que o esperado, mas acabaram sendo relativizados. Isso porque as projeções do mercado ainda levavam em conta a metodologia antiga do IBGE – e os números efetivos foram divulgados com base na atualização das Contas Nacionais.