O lucro líquido do Citibank no Brasil encolheu quase 70% no ano passado, totalizando R$ 124,7 milhões na comparação com o exercício anterior, de R$ 414,9 milhões. O resultado foi impactado, segundo fontes de mercado, por gastos com calotes que foram elevados para fazer frente à rápida deterioração de crédito de um cliente em particular e ainda operações proprietárias com títulos.
As provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, do Citi cresceram 37,2% no ano passado, para R$ 1,2 bilhão no ano passado, contra R$ 879,2 milhões em 2013. O Citi informa ainda que o saldo também contempla a provisão para títulos e créditos a receber no valor de R$ 10,7 milhões em 2014 contra R$ 5,7 milhões no exercício imediatamente anterior.
O saldo dos dez maiores devedores do Citi cresceu quase 97%, de R$ 1,8 bilhão em 2013 para R$ 2,9 bilhões no ano passado. Como resultado, os créditos desses clientes representaram 16,98% da carteira total do banco ante 11,58% em 2013. A carteira de crédito do Citi encerrou 2014 em R$ 16,826 bilhões, montante cerca de 8,0% maior que no ano anterior, de R$ 15,582 bilhões. O crescimento de apenas um dígito ficou em linha com as taxas entregues pelos bancos de varejo no Brasil.
Além de gastos a mais com inadimplência, pesaram ainda no resultado do Citi em 2014 menores receitas com prestação de serviços e tarifas. Foram R$ 1,141 bilhão ante R$ 1,791 bilhão no ano de 2013, o que representa um declínio de 36,3%. Tal retração foi influenciada, conforme demonstrações financeiras do Citi, por menores ganhos com serviços na área de cartões. Em 2013, o banco vendeu a Credicard para o Itaú.
Na parte de despesas, porém, o Citi conseguiu cortar gastos. Somados, foram R$ 1,167 bilhão
em 2014 contra R$ 1,812 bilhão no exercício anterior, recuo de 35,6%. Em relatório, o Citi explica que reverteu mais de R$ 4 bilhões em provisões para o processo de readequação da sua rede de varejo no Brasil, focando no público de alta renda. Com isso, o saldo restante ficou em menos de R$ 1 bilhão.
Depois de reduzir em cerca de 22% sua rede no Brasil nos últimos dois anos, o Citi está investindo para repaginar cada agência em linha com o conceito de “smart branches” (agências inteligentes), adotado na Ásia. “Nos últimos anos, fechamos alguns pontos e consolidamos outros. Temos 71 pontos e consideramos nossa rede ideal para atender a região demográfica que queremos operar”, disse Fabio Fontainha, vice-presidente de Varejo do Citi no Brasil, em recente entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.