O Ministério do Planejamento comemorou a criação de uma nova estrutura do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para concentrar as operações da instituição com o setor privado, até então divididas em outras quatro estruturas distintas. Em nota divulgada nesta segunda-feira, 30, o ministério cita que o Brasil foi um dos principais articuladores para a aprovação da nova entidade, em decisão anunciada neste final de semana.
O Planejamento destaca que a “Newco” – como está sendo chamada provisoriamente a nova entidade – terá US$ 2,03 bilhões para investimentos do setor privado. Desse total, US$ 725 milhões virão de recursos do BID. O restante será aportado pelos países membros durante os próximos dez anos. A reunião anual das assembleias de governadores do BID foi realizada de 26 a 29 de março em Busan, na Coreia do Sul.
Conforme explica o Planejamento, com a nova corporação haverá uma separação clara entre os recursos do banco destinados a governos e ao setor privado. A entidade será criada no âmbito da Corporação Interamericana de Investimentos (CII), que absorverá as outras três “janelas” de relacionamento do banco com as empresas.
O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Claudio Puty, presidiu a assembleia de governadores do BID. A Coreia do Sul sucedeu o Brasil e passa agora a presidir a assembleia até a próxima reunião, realizada tradicionalmente entre março e abril.
Na reunião dos governadores do BID, no último sábado, 28, Puty avaliou o cenário macroeconômico mundial de baixo crescimento e considerou que os países da América Latina e Caribe foram afetados pela redução dos preços das commodities. “Nesse quadro complexo, acreditamos que o BID e suas estruturas são ferramentas importantes para ajudar nossos países a trilhar um caminho de aumento da produtividade por meio de financiamentos em infraestrutura, assim como ações de gestão pública transparente e troca de conhecimentos e experiências”, apontou.
Puty acredita que a Newco “contribuirá para o crescimento econômico equilibrado da América Latina e Caribe, com distribuição de renda, igualdade de gênero e sustentabilidade ambiental”. Segundo ele, os investimentos do BID nos próximos anos deverão priorizar ações de infraestrutura, educação, inovações tecnológicas e atividades econômicas de baixo carbono.
O BID é a principal fonte de financiamento multilateral e conhecimento para o desenvolvimento da América Latina e do Caribe, destaca o Ministério do Planejamento. O banco empresta recursos para governos nacionais, provinciais, estatais e municipais, assim como para companhias do setor privado e organizações da sociedade civil.