A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) estudam propostas para entregar ao Banco Central que desestimulem, eventualmente, o uso do papel moeda, de acordo com Raul Moreira, vice-presidente de Varejo do Banco do Brasil e da Abecs.
Para isso, ambas as entidades criaram um grupo de trabalho no intuito de debater sugestões em torno do tema. Anualmente, conforme dados da Febraban citados por Moreira, R$ 1 trilhão são sacados dos caixas eletrônicos (ATMs, na sigla em inglês) dos bancos.
Um caminho possível, de acordo com o executivo, é o inverso, incentivando meios de pagamentos eletrônicos a exemplo das iniciativas adotadas na Coreia, por exemplo. Há, contudo, segundo ele, três gargalos que dificultam o menor uso da moeda: cultural, legislação e tecnologia.
“Precisamos de uma legislação que não crie barreiras para desincentivar o uso do papel moeda. Mas essa é uma decisão que cabe ao regulador. Vamos formular propostas que eventualmente podem desincentivar o uso do papel moeda”, explicou Moreira, a jornalistas, após palestra promovida pela Febraban.
Segundo ele, esse é um tema amplo e complexo, mas o objetivo é permitir a interoperabilidade do sistema e o uso da moeda eletrônica em tempo real para os consumidores, inclusive, os não bancarizados. Moreira disse, contudo, que nenhuma proposta foi ainda desenhada e a análise é do Banco Central – que regula os bancos e os meios de pagamentos.