Economia

Clientes já pedem apoio para avaliar oferta a ativos da Petrobras, diz Gas Energy

Mesmo com a falta de detalhes sobre o plano de desinvestimentos da Petrobras, existem grupos nacionais e estrangeiros interessados nos ativos da estatal, segundo executivos de bancos e consultorias que participam de um evento promovido pela Fiesp para discutir o assunto. O diretor da Gas Energy, Ricardo Pinto, afirmou que a consultoria tem recebido contato de clientes em busca de suporte para avaliar as ofertas dentro do plano de desinvestimentos da estatal, mesmo com a perspectiva de serem minoritários nos ativos que devem ser parcialmente privatizados.

“Temos recebido contatos solicitando apoio e suporte para analisar as ofertas e garanto que há interesse de grupos, especialmente estrangeiros, que têm apetite para esse perfil de posicionamento, em que não haverá controle, e aceitam essa condição de ser minoritário”, disse, em evento promovido pela Fiesp com empresários para discutir o plano de desinvestimentos da Petrobras.

Questionado sobre o que tem despertado o interesse de investidores estrangeiros, Pinto afirmou que muitos ainda desconhecem o mercado de gás brasileiro e continuam enxergando no País um mercado potencial.

O executivo apontou que vê o processo de venda de ativos da Petrobras como uma oportunidade para que o País viabilize mudanças significativas na indústria de gás. “Os movimentos são lentos, o apetite de grupos para enfrentarem esse monopólio de fato muitas vezes não existe. Mas temos a oportunidade de promover a desconcentração desse segmento”, disse.

Diego Mendes, chefe de pesquisa do setor de petróleo, gás e petroquímicos do Itaú BBA, que participa do processo de desinvestimento tanto por parte da Petrobras, quanto por parte de grupos interessados, afirmou que abrir mão de monopólios não é da natureza da estatal, mas que “talvez” a empresa “acabe abrindo mão do controle em um ou outro ativo para a indústria privada”, tendo em vista as solicitações do mercado. Segundo ele, a maior dificuldade dos interessados é ter clareza sobre como serão os próximos anos de determinado ativo.

No entanto, Mendes confirmou o interesse nos ativos e disse que as negociações estão avançando. “Por todas as conversas que temos, não só do lado da Petrobras, mas também do mercado, há interesse sim. Está todo mundo olhando os ativos, negociando, e a Petrobras está ouvindo. As coisas estão andando”, disse, recusando-se, porém, a prever quanto tempo o processo pode demorar. A meta da Petrobras é desinvestir US$ 3 bilhões este ano e US$ 10,5 bilhões em 2016.

“É a primeira vez que vemos a Petrobras com tanto empenho para vender ativos, atenta à questão da alavancagem. Os poucos desinvestimentos ocorridos antes foram muito passivos”, disse Mendes.

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