Entre a pressão do Banco Central de marcar logo a sabatina e o temor de que o momento ruim da economia possa prejudicar os candidatos à diretoria da instituição, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Delcídio Amaral, informou nesta terça-feira, 31, que a data escolhida foi 14 de abril. O “teste” dos parlamentares pelo qual terão de passar os dois indicados pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, é um ritual para a entrada na instituição. Até hoje, o Senado deu completo aval às sugestões que vieram do BC, mas desde o início da composição da nova CAE nota-se um clima mais beligerante dos parlamentares em relação aos integrantes da equipe econômica.
Para a diretoria de Assuntos Internacionais, Tombini escolheu Tony Volpon, um experiente economista do mercado financeiro que atuava no exterior. A dança das cadeiras no BC é complexa: Volpon vai para a vaga de Luiz Awazu Pereira da Silva, que acumula também a diretoria de Política Econômica. Essa posição ficou vazia no início de fevereiro com a saída de Carlos Hamilton Araújo. A questão é que Awazu já tem data de despedida agendada: dia 1 de outubro começa a trabalhar no Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) como vice-presidente.
Para a cadeira de Regulação, que é ocupada temporariamente hoje por Anthero Meirelles – diretor de Fiscalização -, Tombini indicou Otavio Damaso. Atual chefe de gabinete do presidente, é tido como seu braço direito, com o respaldo até de apontar eventuais falhas cometidas pelo comandante do BC.
Atualmente, a diretoria do Banco Central é composta por seis membros, além do presidente. A reunião mais importante desse colegiado ocorre em média a cada 45 dias e tem como objetivo definir o rumo da taxa básica de juros, atualmente em 12,75% ao ano. Se Volpon e Damaso tiverem a aprovação dos senadores, conseguirão ocupar as vagas livres há dois meses. Chegarão também a tempo hábil de participar do próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), marcado para os dias 28 e 29 de abril. Para o mercado financeiro, o consenso é o de que o BC voltará a subir os juros em 0,50 ponto porcentual, o que levaria a Selic para 13,25% ao ano.