O dólar engatou nesta quarta-feira, 1, sua terceira sessão consecutiva de baixa, mas terminou longe das mínimas. A busca por proteção nesta antevéspera do feriado da Páscoa justificou certa recuperação, segundo profissionais. Apesar disso, a moeda se manteve em queda, iniciando abril abaixo de R$ 3,20.
O dólar terminou em baixa de 0,84%, aos R$ 3,1730. Na mínima, às 9h22, marcou R$ 3,1320 (-2,13%) e, na máxima, às 16h11, registrou R$ 3,1890 (-0,34%). Nestes três pregões de baixa, recuou 1,94%. No ano até hoje, acumula alta de 19,51%.
O recuo do dólar no exterior influenciou a moeda aqui no Brasil logo no início do dia. Uma das justificativas foi a divulgação de dados mais fracos sobre a economia norte-americana, como os números do mercado privado da ADP. Houve a criação de 189 mil vagas em março, ante previsão de que seriam criados 225 mil postos de trabalho.
Os números mais fracos elevam a expectativa para os dados do payroll, que saem na próxima sexta-feira e englobam ainda o setor público norte-americano. Os números vão sair quando o mercado brasileiro não estará funcionando e isso fez com que muitos investidores já começassem a buscar proteção durante a tarde de hoje.
A diminuição da baixa do dólar também foi atribuída, segundo profissionais, a uma movimentação de fim de tarde visando à determinação do ajuste diário do dólar para maio. Como pano de fundo, no entanto, estava o clima mais ameno entre governo e Congresso, depois que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, conseguiu adiar a votação do projeto que obriga a regulamentação da troca do indexador da dívida dos Estados e também após o depoimento do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na CAE do Senado, ontem.
A presidente Dilma Rousseff, em entrevista à Bloomberg, seguiu o mantra de Levy e reforçou a defesa do ajuste fiscal. Ela afirmou que fará um corte robusto no orçamento em busca do superávit prometido para 2015, de 1,2% do PIB. Falou também sobre o câmbio. Segundo ela, o dólar se valoriza no Brasil seguindo o que acontece no mundo. “Eu posso assegurar que nós não faremos uma política de intervenção. Nós achamos que o câmbio flutua.”