A MRV Engenharia planeja manter o ritmo atual de lançamentos de imóveis em 2015 e 2016, ao mesmo tempo em que busca gerar caixa para enfrentar as dificuldades macroeconômicas. “Estamos olhando para 2015 e 2016 dentro do cenário atual e devemos manter as operações niveladas, no patamar que estamos hoje”, afirmou o copresidente da empresa, Eduardo Fischer.
No primeiro semestre, a MRV lançou R$ 2,025 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV) e um total de 13.570 unidades, o que corresponde a uma queda de cerca de 8% em ambos os indicadores ante igual intervalo do ano passado. Assim como todo o setor, a MRV tem sofrido com queda na confiança dos consumidores, o que se refletiu em um enfraquecimento nas vendas e um ritmo mais lento de lançamentos.
“A construção civil é muito sensível a taxa de juros e a macroeconomia como um todo. Para um contrato de financiamento de 30 anos, na compra de um imóvel, a taxa de juros pesa demais”, disse o executivo, ao ressaltar os efeitos do atual aperto de crédito no setor.
No caso da MRV, o executivo apontou que o impacto é menor, pois a venda de imóveis da empresa se beneficia de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS), que ainda tem juros baixos. “Nossa operação está no mesmo nível do ano passado e o saldo de emprego na MRV é de neutro para positivo”, ressaltou.
No entanto, um dos principais riscos de contar com os recursos do FGTS é o projeto de lei que sugere o aumento da remuneração do Fundo, o que encareceria o uso desse dinheiro. A proposta já foi aprovada pela Câmara dos Deputados, mas ainda precisa passar pelo crivo do Senado e, caso siga por essa etapa, ainda pode ser vetada pela presidência. “É muito improvável que o Projeto de Lei, como está configurado, siga em frente”, disse o executivo, ao explicar que o aumento na correção encareceria o acesso à habitação popular e traria um ganho mínimo para os cotistas de baixa renda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.