Economia

Juros fecham em queda com fraqueza do dólar e cenários interno e externo

As taxas de juros futuras terminaram esta terça-feira, 7, com ligeira queda, refletindo a desaceleração do dólar desde a semana passada, expectativas de um adiamento do prazo para elevação dos juros nos EUA e o enfraquecimento da atividade doméstica.

Apesar das oscilações do dólar ao longo do dia, as taxas de juros mantiveram as perdas registradas desde a primeira parte da sessão. A moeda fechou em baixa pela sexta sessão seguida, aos R$ 3,1230 (-0,06%), no balcão.

A agenda política do dia estava carregada, com destaques para uma audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para analisar Medidas Provisórias que tratam de mudanças no acesso à pensão por morte e ao auxílio-doença e de novas regras para seguro-desemprego. Além disso, havia a possibilidade de o plenário do Senado votar os textos que tratam do novo indexador das dívidas dos Estados e municípios e da necessidade ou não de consenso no Confaz para a convalidação de incentivos fiscais concedidos por Estados a empresas. Na Câmara, estava prevista uma votação do projeto de terceirização e a CPI da Petrobras.

Nesta tarde, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, era aguardado na liderança do governo na Câmara para negociar sobre o projeto que pretende regulamentar a contratação de profissionais terceirizados, conforme apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. As negociações nos bastidores do Congresso Nacional são intensas em torno da votação, marcada para hoje à tarde, do projeto de lei que regulamenta a terceirização das empresas no Brasil. A área econômica do governo está preocupada com o risco de queda da arrecadação do FGTS com a regulamentação. Enquanto parlamentares discutem a proposta dentro do Congresso, manifestantes do lado de fora protestam contra a regulamentação.

No fim do pregão regular na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2015 (41.240 contratos) tinha taxa de 13,003%, ante 13,011% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2016 (229.595 contratos) marcava 13,29%, na mínima, de 13,34% no ajuste anterior, com o DI para janeiro de 2017 (187.865 contratos) registrando taxa de 13,11%, ante 13,18%. O DI para janeiro de 2021 (66.300 contratos) indicava 12,72%, de 12,74%.

Os agentes do mercado de renda fixa aguardam agora a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março e do primeiro trimestre de 2015, amanhã. De acordo com pesquisa do AE Projeções com 47 instituições do mercado, as estimativas para o indicador acumulado dos meses de janeiro a março vão de 3,70% a 4,30%, com mediana de 3,89%. Para março, as expectativas para o IPCA de março vão de 1,20% a 1,45%, o que gerou uma mediana de 1,37%.

Nos EUA, será anunciada nesta quarta-feira a ata da reunião de política monetária mais recente do Federal Reserve, que será monitorada de perto pelos agentes. Os números fracos do relatório do mercado de trabalho dos EUA, divulgados na última sexta-feira, sustentam a perspectiva de que o Federal Reserve deve levar algum tempo para elevar os juros.

Os juros dos Treasuries perderam força à tarde, depois que notícias de um blecaute em Washington, capital dos EUA, estimularam compras dos ativos que são considerados seguros. O movimento de compras de bônus já havia começado em reação ao leilão de US$ 24 bilhões em T-notes de 3 anos, que atraiu boa demanda. Perto das 16h50, o juro da T-note de 10 anos caía para 1,883% e o do T-Bond de 30 anos operava na mínima de 2,518%.

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