O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quarta-feira, 7, que não existe “nenhuma hipótese” de ele renunciar do cargo. Ele foi questionado, em painel no 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, sobre a possibilidade de o PSDB pedir sua renúncia, caso se comprove que ele possui conta na Suíça e se isso poderia levá-lo a deixar o cargo. Ao responder, Cunha disse apenas “nenhuma hipótese”.
O vice-líder do PPS, Arnaldo Jordy (PA), informou que vai protocolar na tarde desta quarta-feira uma representação na Corregedoria da Câmara contra Cunha por suposta quebra de decoro. Uma outra representação também deve ser apresentada também nesta quarta por um grupo de parlamentares de PSOL, PSB, Rede, PT e PMDB.
Cunha foi questionado ainda se possui contas na Suíça e se foi informado pelas autoridades europeias. O presidente da Câmara disse que não comentaria o assunto por orientação de seus advogados, que quer trabalhar em cima de “fatos” e reafirmou o conteúdo da sua nota divulgada na semana passada de que confirma seu depoimento à CPI da Petrobras. “Reitero o que eu falei na CPI da Petrobras”, disse.
Em março, durante depoimento à CPI, o presidente da Câmara negou que tivesse contas no exterior. “Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu Imposto de Renda”, afirmou ele na ocasião.
Na terça-feira, 6, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que a Procuradoria da Suíça confirmou que Cunha foi informado formalmente sobre o congelamento das contas das quais ele é beneficiário. Segundo fontes próximas ao caso de Cunha no Ministério Público suíço, o parlamentar foi informado sobre o bloqueio das contas “há um bom tempo”.
Apesar de a palestra ser um debate sobre temas ligados ao setor de radiodifusão, o jornalista Kennedy Alencar, que apresenta o evento, iniciou pedindo que Cunha falasse um pouco da crise política e econômica vivida atualmente no País.