Economia

Bolsas europeias fecham majoritariamente em queda com temores sobre Grécia

As principais bolsas da Europa encerraram o pregão desta terça-feira, 14, majoritariamente em queda firme, pressionadas por renovados temores de um calote da dívida da Grécia. A única exceção entre os maiores mercados foi a bolsa de Londres, que subiu com a recuperação das ações de mineradoras. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,47%, aos 411,70 pontos.

Ontem, após o fechamento dos mercados europeus, o jornal britânico Financial Times publicou em seu site uma reportagem que afirmava que o governo grego, liderado pelo premiê esquerdista Alexis Tsipras, estaria se preparando para declarar um default da sua dívida.

Segundo a publicação, com base em fontes próximas ao gabinete do premiê, a Grécia pretende reter 2,5 bilhões de euros que seriam pagos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em maio e junho se nenhum acordo com credores internacionais for atingido.

Embora o governo grego tenha negado veementemente, a possibilidade de um default do país abriu espaço para a realização de lucros recentes das bolsas europeias. Nas três últimas sessões, o índice Stoxx havia renovado sua máxima histórica, impulsionado pelo programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) do Banco Central Europeu e pela queda do euro em relação às principais moedas.

Além do fator Grécia, houve certa cautela dos investidores antes da reunião do BCE, que ocorre nesta quarta-feira, 15. Há expectativa com o discurso que o presidente da instituição, Mario Draghi, fará após o anúncio da decisão de política monetária. O dirigente começa a falar às 9h30 (de Brasília).

“Até que Mario Draghi fale dos efeitos agradáveis do QE, os mercados parecem estar vulneráveis à tempestade grega”, escreveu Chris Beauchamp, analista sênior de mercado da corretora IG.

A bolsa de Paris fechou em queda de 0,69%, aos 5.218,06 pontos. Na contramão das notícias pessimistas da Grécia, as ações da empresa de telecomunicações Alcatel-Lucent subiram 16,00% impulsionadas pelo anúncio de que a finlandesa Nokia está em conversas avançadas para fusão entre as companhias.

A possibilidade de um calote grego pressionou as ações de bancos na bolsa de Milão. Os papéis do Intesa Sanpaolo cederam 2,57% e do UniCredit recuaram 2,54%. O índice de referência FTSE-MIB fechou em queda de 1,07%, aos 23.752,91 pontos.

O índice DAX, da bolsa de Frankfurt, fechou em queda de 0,90%, aos 12.227,60 pontos. Mais uma vez, a disputa no conselho da Volkswagen pressionou as ações da montadora alemã, que fecharam em baixa de 0,88%.

A bolsa de Madri fechou em queda 1,36%, aos 11.704,70 pontos, e a bolsa de Lisboa recuou 1,21%, aos 6.236,92 pontos.

Exceção entre os maiores mercados europeus, a bolsa de Londres fechou em alta de 0,16%, aos 7.075,26 pontos. Após forte queda na sessão de ontem, pressionadas pela baixa do minério de ferro e por indicadores ruins da China, as ações das mineradoras se recuperaram e puxaram o índice FTSE-100. Os papéis da Anglo American subiram 4,09%, os da BHP Billiton avançaram 3,07% e os da Rio Tinto ganharam 2,79%.

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