Em janeiro do ano passado, a Prefeitura de São Paulo implementou o programa De Braços Abertos na cracolândia, na Luz, região central. Sem cobrar que os usuários abandonem o vício, o projeto de redução de danos oferece moradia, trabalho e assistência médica aos beneficiários. Segundo a gestão, 505 estão cadastradas no programa, incluindo oito crianças.
Os beneficiários ficam hospedados em hotéis, mas, desde o início do programa, dois estabelecimentos já foram descredenciados. O motivo teria sido a ação do tráfico de drogas nesses locais. A reportagem tentou falar com proprietários de hotéis que estão credenciados no De Braços Abertos, mas eles não quiseram se pronunciar.
No balanço de um ano do programa, a Prefeitura informou que houve redução de 80% no fluxo na região. Antes da implementação, o fluxo concentrava 1.500 pessoas por dia. No entanto, a movimentação no local continua. Na sexta passada, a aglomeração estava na Alameda Dino Bueno.
De acordo com a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Luciana Temer, o trabalho de assistentes sociais deve ser intensificado na região. “Um dos serviços que a gente vai reforçar é o da Luz. Fizemos um novo chamamento, porque temos de locar uma casa para a equipe da assistência social”, diz.
Luciana explica que não será uma nova unidade do programa, mas um ponto adicional para receber profissionais que vão atuar na região. “A gente quer também ampliar a participação no fluxo.” O prazo para que o ponto seja inaugurado não foi divulgado.
A segurança na região já foi reforçada. Em reportagem de 30 de agosto, o Estado mostrou que o efetivo de agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) mais que dobrou, saltando de 100 a cada 24 horas para 250. Um dos objetivos é evitar a montagem de barracas dos usuários. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.