O consumo de energia elétrica encolheu 1,5% em junho, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados disponibilizados nesta quinta-feira, 30, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A demanda de 37.170 GWh, abaixo dos 37.726 GWh de junho de 2014, reflete principalmente a retração do consumo pela classe industrial. Maior consumidor de energia do País, o segmento apurou queda de 3,7% na comparação mensal.
O desempenho da indústria também explica a retração acumulada de 1,1% no consumo de energia durante o primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado nacional, de 235.939 GWh entre janeiro e junho, reflete a queda de 4,2% do consumo industrial.
Para a EPE, além da menor demanda por parte das indústrias, também pesa contra os dados de 2015 o baixo desempenho do consumo residencial (0,3%) e comercial (1,7%). “Cenário econômico adverso, tarifas mais elevadas, redução do poder aquisitivo e temperaturas mais amenas ajudam a explicar esses resultados”, sintetizou a EPE.
O consumo médio nas residências ficou em 165 kWh por mês, o que indica uma retração de 0,6%, com destaque para as quedas de 2,1% no Sul e 1,5% no Sudeste. A taxa de crescimento do número de consumidores residenciais permanece em aproximadamente 3%.
Os dados semestrais apontam queda de 2,7% no consumo de energia elétrica na região Sudeste como um todo. No Sul, houve queda de 0,3% na comparação entre primeiros semestres. As regiões Norte e Nordeste, por outro lado, registram expansão de 1,8% e 1%, respectivamente. No Centro-Oeste, o consumo cresceu 0,4% no semestre.
Projeções
Diante do fraco resultado do primeiro semestre, a EPE decidiu revisar para baixo a projeção de consumo de energia elétrica na rede em 2015. A queda de 0,5% prevista anteriormente deu espaço para uma estimativa de -1,6%. Na análise plurianual, a EPE projeta que o consumo voltará a crescer em 2016 (2,3%) e manterá tendência de expansão nos anos seguintes: 3,6% em 2017, 4,1% em 2018 e 4,1% em 2019.
As novas projeções, informa a EPE, já incorporam o cenário de aumento das tarifas de energia elétrica, de reprogramação de investimentos setoriais, de redução da confiança dos consumidores e de diminuição do poder aquisitivo do brasileiro. Além disso, os números passam a incorporar a previsão de atraso das interligações ao Sistema Interligado Nacional (SIN) dos sistemas Macapá e Boa Vista, para agosto deste ano e outubro de 2017, respectivamente. Antes, os cronogramas indicavam maio deste ano e junho de 2017.
Duas semanas atrás, a EPE e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já haviam antecipado a revisão nas projeções de consumo para 2015 e para o próximo quinquênio. Na oportunidade, contudo, a queda projetada para este ano estava em 1,5%.