Em viagem a São Paulo nesta segunda-feira, 3, o presidente Jair Bolsonaro selou publicamente o alinhamento político com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. O empresário, que fez oposição sistemática ao governo Dilma Rousseff, pode deixar o MDB e migrar para o Aliança pelo Brasil, partido que o presidente pretende criar.
Pela manhã, Skaf esteve ao lado de Bolsonaro durante a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Colégio Militar de São Paulo, que será construído em um terreno ao lado do Campo de Marte, na zona norte da capital. O projeto arquitetônico do empreendimento foi doado pela Fiesp. Em seguida, eles visitaram a primeira turma de alunos do colégio, que está tendo aulas em uma unidade de treinamento do Exército, e, depois, almoçaram com empresários na sede da Fiesp, na Avenida Paulista.
"Essa casa está apoiando o governo Jair Bolsonaro. Vamos estar juntos para derrubar todos os obstáculos. Estamos apoiando seu governo não por razão política e partidária, mas por enxergarmos com clareza que o rumo está certo", afirmou Skaf. Bolsonaro retribuiu. "Paulo Skaf conseguiu emprego no meu governo, o de porta-voz."
Bolsonaro também fez elogios ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por seu apoio às reformas do governo. "O Maia, como presidente de um dos Poderes, tem se mostrado mais que simpático (às reformas). Ele quer ser protagonista nessa questão." O presidente do Legislativo é Davi Alcolumbre (DEM-AP), e não Maia.
Com o MDB cada vez mais próximo do governador João Doria (PSDB), que não participou de nenhuma das agendas desta segunda, Skaf passou a ventilar a possibilidade de disputar o Bandeirantes em 2022 pelo Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro pretende criar.
Os bolsonaristas abriram o caminho para que o presidente da Fiesp assuma o comando da legenda no Estado. O movimento é consenso entre os filhos do presidente e o núcleo ideológico da futura legenda. As conversas entre Skaf e Bolsonaro estão avançadas e a cúpula do MDB já foi informada. O presidente e o empresário estudam apoiar, juntos, a candidatura do apresentador José Luiz Datena para a Prefeitura da capital.
Acompanharam Bolsonaro em São Paulo os ministros da Educação, Abraham Weintraub, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles, além do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e da secretária da Cultura, Regina Duarte.
Desde que Bolsonaro tomou posse, a Fiesp se tornou uma "base" da Esplanada em São Paulo. Em 2019, dez ministros e 14 secretários estiveram 40 vezes na entidade. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>