O Produto Interno Bruto (PIB) da Rússia pode encolher até 9%, após ajustes para a inflação, caso as sanções ocidentais e as medidas retaliatórias de Moscou permaneçam em vigor no médio prazo, afirmou nesta segunda-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).
As sanções do Ocidente foram impostas no mês passado, em resposta à anexação da Crimeia e ao apoio de Moscou aos rebeldes no leste da Ucrânia, e geram bastante incerteza sobre a economia russa, bastante dependente do petróleo. A avaliação do FMI do impacto das sanções sugere que a recuperação econômica russa pode ser menos rápida que o projetado pelo governo do país.
“Os choques externos, somados às fraquezas estruturais preexistentes, estão certamente pesando sobre as perspectivas de crescimento da Rússia”, afirmou Ernesto Ramirez Rigo, chefe da missão do FMI para a Rússia, no relatório.
O FMI estima que as sanções ocidentais e as medidas retaliatórias de Moscou inicialmente reduziram o PIB real russo – o tamanho da economia ajustado para a inflação – em até 1,5%. Mas a perda cumulativa pode chegar a 9% no médio prazo, disse o FMI, acrescentando que suas avaliações eram sujeitas a fortes incertezas.
Neste ano, os EUA e a União Europeia ampliaram as sanções financeiras contra Moscou, restringindo o acesso dos bancos e das companhias russos aos mercados globais de capital. Em resposta, Moscou prolongou a proibição à importação de alimentos de países que haviam imposto sanções à Rússia.
O FMI disse que as autoridades financeiras e econômicas de Moscou responderam bem ao lidar com as sanções e o declínio dos preços do petróleo, ajudando o país a absorver choques externos. Mas o FMI advertiu que uma escalada nas tensões geopolíticas podem provocar uma queda no rublo, impulsionando a inflação e a saída de capital e reduzindo mais a demanda doméstica.
O FMI manteve sua projeção econômica de maio para a economia russa. O Fundo espera que a economia do país encolha 3,4% neste ano, antes de voltar a crescer em 2016. A projeção é um pouco mais pessimista que a do governo, de que o PIB encolha 3% neste ano e cresça mais de 2% no próximo.
No prazo mais longo, o FMI projeta que a Rússia cresça 1,5% ao ano, devido ao progresso lento na implementação de reformas estruturais. Uma vez mais, o FMI sugeriu que as autoridades russas diminuam o peso do Estado na economia e trabalhem para aumentar a competição. Fonte: Dow Jones Newswires.