Com produção 16,2% menor que a do primeiro trimestre do ano passado, a indústria automobilística derrubou também as vendas de pneus. As entregas às montadoras caíram 20,7%, a maior queda já registrada no período desde 2003, quando os números do setor começaram a ser divulgados. A queda equivale a cerca de 1 milhão de pneus.
Com a menor demanda, a Pirelli, maior fabricante brasileira de pneus, confirmou ontem que vai suspender por cinco meses os contratos de 1,5 mil trabalhadores das quatro fábricas do grupo no País, ou 12,5% de toda sua força de trabalho.
O chamado lay-off foi proposto pela empresa no início do mês e aprovado em assembleias de trabalhadores nas fábricas do grupo em Campinas (SP), Santo André (SP), Feira de Santana (BA) e Gravataí (RS) e começará a partir da primeira semana de maio.
O presidente da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), Alberto Mayer, diz que, apesar da conjuntura adversa, o setor tem mantido seu quadro de pessoal estável, com cerca de 27 mil empregos diretos. “Até o momento não existem previsões de demissões, pois nosso setor emprega pessoal especializado, que leva tempo para ser treinado e por essa razão nenhuma fábrica quer perder suas equipes”, diz Mayer.
Segundo a Anip, de janeiro a março foram vendidos às montadoras 4,020 milhões de pneus, ante 5,067 milhões no mesmo período do ano passado. “As vendas foram alarmantes para a indústria nacional de pneus, em especial no fornecimento ao setor de caminhões e ônibus, com queda de 41,8%”, diz Mayer.
Já as vendas para o segmento de reposição cresceram 10,1%, para 11,7 milhões de unidades. Uma das justificativas é que, ao não trocar o carro usado por um novo, o consumidor fica mais atento à sua manutenção. Com isso, as vendas totais de pneus recuaram 2,7%, para 18,7 milhões de unidades.
O desempenho do mercado de reposição também ajudou o setor a registrar aumento de 2,6% na produção em relação a 2014, com um total de 18,5 milhões de pneus. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.