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Alunos da USP protestam contra condições de trabalho em restaurantes

Um grupo de funcionários e alunos da Universidade de São Paulo (USP) fez um ato na tarde desta quinta-feira, 22, contra as condições de trabalho nos restaurantes do câmpus Butantã, na zona oeste da capital. Após o protesto dentro do refeitório central da Cidade Universitária na hora do almoço, os manifestantes seguiram até o prédio da reitoria, onde houve reunião entre representantes dos servidores e da administração da USP.

Os funcionários dos restaurantes da USP reclamam de sobrecarga de trabalho. A situação se agravou, segundo eles, com a saída de parte da equipe após o plano de demissão voluntária (PDV) feito pela reitoria, com adesão de cerca de 1,4 mil dos 17 mil servidores da instituição. No começo do mês, eles fizeram uma paralisação e tiveram o dia descontado, o que gerou mais protestos.

Procurada, a reitoria informou que a reunião entre representantes da administração e dos servidores tratou da questão dos restaurantes e de outros assuntos. Ainda não houve, porém, encaminhamentos e outros encontros serão realizados. As contratações de servidores seguem congeladas, desde fevereiro de 2014, até a recuperação do quadro financeiro da universidade. Há dois anos, a USP gasta mais de 100% dos repasses do governo estadual com a folha de pagamento.

Interior

Na USP São Carlos, o prédio da prefeitura do câmpus está ocupado por alunos há uma semana. Um dos principais motivos do protesto é a precarização do restaurante universitário, que também perdeu parte dos funcionários com o PDV. Por causa disso, o bandejão não serve mais o jantar nem as refeições aos sábados.

Em carta à comunidade uspiana, o centro acadêmico da USP São Carlos critica a precarização do restaurante universitário e se posiciona contrário à possibilidade de terceirizar os serviços no refeitório. O movimento estudantil também reclama do fechamento de vagas nas creches da USP, outro reflexo do PDV. Houve, ainda de acordo com eles, falta de “transparência e de responsabilidade com a permanência estudantil” por parte dos gestores.

O Conselho Gestor da USP São Carlos lamentou “profundamente” a ocupação do prédio e disse que o canal de diálogo com os alunos já estava aberto antes desse protesto. Afirmou que “assume o compromisso de trabalhar na busca de soluções rápidas e efetivas”, mas se nega a assinar um termo de compromisso contra a terceirização dos serviços do bandejão. A administração ainda esclareceu que não houve corte de verbas aos restaurantes universitários e que as atuais dificuldades são motivadas pelo PDV e a perda de pessoal.

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