O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira, 29, durante discurso em reunião do Diretório Nacional do PT, que a “prioridade zero” do partido no Congresso Nacional deve ser criar condições para aprovar as medidas do ajuste fiscal enviadas pelo governo. Para ele, sem a conclusão do ajuste, o Brasil continuará na confusão “política e de credibilidade”. A prioridade seguinte, afirmou, é combater os pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
“A prioridade zero neste País é criar condições para aprovar as medidas que a presidente Dilma mandou para o Congresso, para que se encerre definitivamente essa ideia”, afirmou Lula, durante discurso de mais de uma hora de duração. Para ele, “não podemos ficar mais de seis meses discutindo o ajuste”.
“Não podemos passar mais de seis meses esperando para discutir a CPMF. Nos temos é que começar a votar amanhã se fosse o caso”, afirmou. Segundo ele, o ajuste fiscal deve ser prioridade antes de qualquer tentativa de derrubar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o impeachment.
“Porque tudo que interessa à oposição é que a gente arrume uns 500 pretextos para a gente discutir qualquer assunto e não discutir o que interessa, que é, na verdade, aprovar as coisas que a Dilma mandou para o Congresso”, afirmou. Segundo ele, é necessário medir a importância de cada ação, porque o tempo no governo “urge”.
“Precisamos urgentemente começar a recuperar o potencial que nossa presidenta já teve”, disse. De acordo com Lula, o partido deve definir sua pauta com os compromissos que assumiu durante a campanha. “Meu conselho para Dilma é não ler manchete de jornal”, afirmou. Aprovado o ajuste, o ex-presidente afirmou que “podemos ficar livres para discutir outros assuntos”.