A resolução política aprovada nesta quinta-feira, 29, pelo Diretório Nacional do PT faz críticas à atuação política do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas não menciona em nenhum momento as denúncias de corrupção contra ele, investigadas pela Operação Lava Jato. O PT também não defendeu a cassação do deputado no Conselho de Ética, como queria parte da bancada, sob o argumento de que não pode fazer prejulgamentos.
“A situação congressual agravou-se pela preponderância, dentro da bancada do PMDB na Câmara, de sua ala mais reacionária, capitaneada pelo deputado Eduardo Cunha”, diz a resolução. “Depois de conquistada a presidência da Casa, o parlamentar rapidamente pactuou com o bloco PSDB-DEM-PPS e assumiu a liderança de uma agenda para contrarreformas, além de flertar com o impeachment presidencial.”
A inclusão desse trecho no documento foi uma estratégia combinada para fazer um aceno à base social do PT, que protestou contra notícias dando conta de um “acordo” com Cunha para salvar o mandato da presidente Dilma Rousseff.
Ao adiar um posicionamento sobre a cassação do deputado no Conselho de Ética, porém, a cúpula do PT só quer ganhar tempo. Cabe a Cunha decidir se aceita ou não pedido de impeachment contra Dilma. O presidente da Câmara é acusado de manter contas secretas na Suíça com dinheiro desviado da Petrobras. Além de omitir as denúncias contra Cunha, o PT enquadrou seus três deputados que integram o Conselho de Ética. Todos terão de seguir a orientação do partido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.