A médica Ludhmila Hajjar não registrou nenhuma tentativa de invasão ao seu quarto de hotel no último fim de semana, segundo o estabelecimento que a hospedou na capital federal. A informação foi divulgada pelo B Hotel, no Setor Hoteleiro Norte, e contradiz as alegações da médica, que disse em entrevistas a dois canais de TV a cabo ter sofrido tentativas de invasão de seu quarto.
Ludhmila Hajjar foi sondada pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Saúde após a saída de Eduardo Pazuello. No entanto, após reunião com Bolsonaro, a contratação acabou não se concretizando. O presidente escolheu nesta segunda-feira (15) o cardiologista Marcelo Queiroga para o posto.
"O B Hotel informa que durante toda a estadia de Ludhmila no hotel, período compreendido entre os dias 14 e 15 de março de 2021, nenhuma ocorrência foi relatada nas dependências do empreendimento e nenhuma queixa, sobretudo por parte da vítima, foi repassada à administração", diz a nota do estabelecimento.
No texto, o hotel também disse que não encontrou nenhuma evidência de tentativas de invasão de quartos no sistema de câmeras. "Além do exposto acima, o B Hotel esclarece ainda que após tomar conhecimento das alegações concedidas por Ludhmila, consultou imediatamente o circuito interno de câmeras e não encontrou nenhuma anormalidade nas imediações da suíte ou em qualquer outra área do empreendimento. Funcionários e colaboradores do B Hotel também foram ouvidos e nenhuma ocorrência similar foi constatada", disse o hotel.
A reportagem do Estadão procurou Ludhmila Hajjar para comentar o assunto, mas não houve resposta até a publicação desta matéria.
"Nestas 24 horas houve uma série de ataques a mim. (…) Estou num hotel em Brasília, e houve três tentativas de entrar no hotel. Pessoas que diziam que estavam com o número do quarto e que eu estava os esperando. Diziam que eram pessoas que faziam parte da minha equipe médica. Se não fossem os seguranças do hotel, não sei o que seria…", disse Hajjar na segunda-feira, em entrevista à GloboNews.
Na 5ª Delegacia de Polícia Civil, que fica a poucos metros do estabelecimento e tem jurisdição sobre a região central de Brasília, não houve qualquer registro de ocorrência relacionado às supostas tentativas de invasão.
Hajjar disse ter sofrido outros ataques de bolsonaristas insatisfeitos com a sua indicação para a pasta, como a criação de perfis falsos no Instagram e no Twitter; aucusou também a divulgação do número de telefone dela em grupos bolsonaristas no WhatsApp e até ameaças de morte.