O mercado de cartões deve crescer acima dos 10% neste ano em relação a 2014, reafirmou o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Marcelo Noronha. Caso seja concretizado, o montante movimentado deve ficar, conforme ele, entre R$ 1,075 trilhão e R$ 1,077 trilhão.
Essas estimativas são, porém, menores que as feitas pela Abecs no início do ano, quando projetou incremento de 12% a 13% em 2015 ante o ano passado, alcançando R$ 1,1 trilhão em volume. Em 2014, o crescimento do mercado de cartões foi de 14,8%, para R$ 978,8 bilhões.
De janeiro a junho deste ano, os cartões de débito e crédito movimentaram R$ 509 bilhões, expansão de 10,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Abecs. Foram 5,5 bilhões de transações com plásticos de janeiro a junho, segundo a entidade, 10,4% a mais, em idêntica base de comparação.
“O setor de cartões tem correlação com o consumo das famílias e vendas no comércio. Se a venda cai mais, a tendência é de um crescimento menor, mas não é isso que estamos vendo hoje. Esperamos manter crescimento anual de 10%”, afirmou Noronha, em coletiva de imprensa, nesta manhã.
Ele disse ainda que o setor de cartões tem expectativas de crescimento nos próximos dez anos em ritmo similar ao atual. Tal comportamento deve se manter, conforme Noronha, porque o mercado deve alcançar penetração do cartão no pagamento de compras das famílias acima dos 40%, o que deve ocorrer entre sete e oito anos.
O presidente do Abecs afirmou ainda que não espera que a inadimplência do cartão de crédito alcance o patamar da crise de 2008 e que hoje o indicador está no nível de março de 2013. Foi a 7,5% em junho ante 7,3% em maio. Sobre as taxas de descontos a lojistas (MDR, na sigla em inglês), ele afirmou que a tendência clara é de queda em meio à competitividade entre as adquirentes.