A combinação entre notícias negativas nos cenários interno e externo pressionou o dólar e levou os juros a uma disparada no mercado futuro nesta terça-feira, 1. Os sinais de contração da economia chinesa, a partir de indicadores industriais de agosto, espalharam nervosismo pelos mercados de todo o mundo, o que aumentou a aversão ao risco e a busca dos investidores por ativos de proteção.
No noticiário interno, ainda pesou a repercussão do déficit primário de R$ 30,5 bilhões previsto no Orçamento de 2016. Nesta terça-feira, a agência de classificação de risco Fitch fez alertas sobre a piora das condições do País nos últimos meses. O banco Morgan Stanley, por sua vez, afirmou em relatório que prevê a perda do investment grade do Brasil nos próximos 12 meses. Já para o JPMorgan, a desclassificação deve ocorrer até o final de 2016.
Na falta de notícias positivas que pudessem amenizar o mau humor, houve espaço para especulações em torno de diferenças de pontos de vista entre ministros e até sobre a permanência de executivos no governo. Esse ambiente favoreceu a volatilidade das taxas, que renovaram sucessivas altas no período da tarde.
O Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2016 fechou com taxa de 14,325%, contra 14,305% do ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2017 fechou em 14,43%, ante 14,22%, enquanto o vencimento de janeiro de 2019 terminou o dia em 14,48%, de 14,16% na véspera. A taxa para janeiro de 2021 subiu para 14,39%, de 14,12% no ajuste anterior.
Em tempo: em meio ao cenário turbulento, começou no final de tarde a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que decidirá amanhã sobre a taxa básica Selic, hoje em 14,25%. A expectativa majoritária é de manutenção da taxa básica da economia, após um ciclo de seis altas consecutivas.