O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou nesta quarta-feira, 2, em conversa com jornalistas na capital gaúcha, que o acordo automotivo do Brasil com a Colômbia deve ser fechado na semana que vem, em reunião com representantes dos dois países a ser realizada em Brasília.
Moan não confirmou a cota para a qual a alíquota de importação será zerada para os dois lados. Disse apenas que hoje o Brasil vende cerca de 8 mil unidades de veículos para o país vizinho e que a expectativa é de que este número suba para 12 mil ao ano, inicialmente. O acordo vem sendo costurado há meses pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior brasileiro, Armando Monteiro, e pela ministra do Comércio, Indústria e Turismo da Colômbia, Cecilia Álvarez.
Moan também elogiou a atuação de Monteiro na renovação do acordo automotivo com o Uruguai, anunciada esta semana, que vai intensificar a comercialização de veículos. Até agora, o acerto era que o Brasil poderia vender ao Uruguai, sem pagar imposto de importação, uma cota de 8,5 mil unidades entre junho de 2015 e julho de 2016. Com o novo acordo, a cota anterior passa a valer apenas para o segundo semestre, o que, na prática, vai aumentar o fluxo de vendas. Segundo Moan, alcançar a cota semestral será desafiador, mas possível.
Ele disse que aumentar as exportações é importante não só por causa do desaquecimento da demanda interna, mas também para proteger as empresas da volatilidade cambial. “Exportando você tem um hedge natural. Eu diria que o ponto ideal seria o que já tivemos em 2004 e 2005, quando exportávamos 30% da produção (média do setor). Hoje este índice está em 13% ou 14%”, revelou. Ele acredita que os dois acordos recentes – com Colômbia e Uruguai – tem potencial para elevar em até 2 pontos porcentuais a média de embarques do setor.
Mercado interno
Moan comentou os dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que apontam que a comercialização de automóveis e comerciais leves ficou em 199.853 unidades em agosto, queda de 8,91% em relação a julho. “O número absoluto caiu, mas o que vale para gente é a venda média diária, que vem se mantendo estável”, disse.
Segundo ele, o estoque de montadoras e concessionárias está em torno 42 dias. “No final de julho tínhamos previsto que teríamos mais dois meses e meio de ajuste de produção. Agosto já foi um mês, setembro será outro, durando até a metade de outubro”, falou.
O presidente da Anfavea também voltou a dizer que o mercado interno começará a reagir “de uma forma mais sustentável” no final do segundo trimestre do ano que vem.