Um forte aparato de segurança marcou a passagem do presidente Michel Temer (PMDB) por Caruaru, no Agreste pernambucano, nesta sexta-feira, 9. Numa parada que durou apenas 15 minutos, o presidente usou o Aeroporto Oscar Laranjeiras para trocar o avião presidencial por um helicóptero e partiu para o município de Surubim.
Apesar da passagem relâmpago, a avenida que leva ao aeroporto foi interditada, impedindo que as pessoas se aproximassem. As dezenas de pessoas que foram assistir à troca de aeronaves tiveram que se contentar em ver tudo à distância. Um grupo de cerca de 20 pessoas que levou faixas e cartazes para protestar contra Temer chegou atrasado ao local.
Se tivessem chegado mais cedo, os manifestantes teriam ficado distantes, já que um forte aparato de segurança só permitiu a entrada da imprensa ao centro administrativo do aeroporto de Caruaru. Eram homens do Exército, Polícia Federal, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, além de guardas e agentes de trânsito municipais. Somente a PM estava com 25 homens.
“Viemos protestar contra o governo ilegítimo de Temer e as medidas que ele vem tomando. Entre outras coisas, somos contra a PEC 55, a reforma da Previdência e contra a reforma do Ensino Médio”, disse Júnior Oliveira, 25, representante da União da Juventude Socialista. Ele e outras pessoas portavam cartazes com frases contra Temer, que já tinha partido quando o grupo chegou de ônibus escolar ao local.
Quem chegou mais cedo, pôde assistir de longe à movimentação das aeronaves no pátio de Aeroporto Oscar Laranjeiras. Temer e sua comitiva chegaram a Caruaru às 8h20 e nem entraram na sede administrativa do aeroporto. Depois de ser recebido pelo governador Paulo Câmara (PSB) e outras autoridades, Temer caminhou alguns metros pela pista até embarcar em um dos dois helicópteros que aguardavam no local.
Foram cerca de 15 minutos de conversa com o governador e outros colegas, como o deputado federal Tony Gel (PMDB). “Tem muita obra de combate à seca que está atrasada e o presidente tem que correr com isso, com as adutoras que podem diminuir os efeitos da maior seca da nossa história”, disse Gel ao ser questionado sobre sua conversa com o presidente.
A movimentação no aeroporto levou dezenas de curiosos ao local. “Vim ver o presidente por curiosidade. Não gosto muito de política, mas ele está meio derrubado com essa história de reforma da Previdência Social”, disse a técnica em enfermagem Glória Mendonça, 55.
Já o médico Bruno Cantarelli, 35, espera que a visita resulte em algo positivo. “É importante para ele ver a realidade que o nordestino está passando com a seca. Acho que a visita vai ser proveitosa para nossa região”, disse.