Economia

Bolsa cede 1,83% com cenário interno deteriorado e exterior

A Bovespa interrompeu uma pequena sequência de duas sessões de ganhos para, nesta sexta-feira, 4, encerrar no território negativo. O ambiente interno deteriorado, com a política no centro das atenções, e o recuo dos índices em Nova York conduziram o Ibovespa. À tarde, a busca por proteção intensificou a venda de ações no Brasil em alguns momentos, em função do fim de semana prolongado tanto no Brasil quanto nos EUA.

O Ibovespa fechou em queda de 1,83%, aos 46.497,72 pontos nesta sexta-feira, 4. Na máxima do dia, marcou 47.377 pontos (+0,02%) e, na mínima, 46.320 pontos (-2,21%). Na semana, a bolsa acumulou -1,39%. No ano, a Bovespa recua 7,02%. O giro financeiro totalizou R$ 8,939 bilhões.

O payroll norte-americano foi o principal dado externo do dia, e desagradou. Não porque veio ruim – embora tenha ficado mesmo abaixo das projeções dos analistas. Mas porque ele fez voltar a crescer a perspectiva de aumento iminente dos juros nos EUA. Essa leitura se deu após os números de meses anteriores terem sido revisados em alta, a taxa de desemprego ter caído e os salários terem subido mais do que o previsto.

A avaliação dos investidores, assim, após a divulgação dos números, é que cresceu a chance de o BC dos EUA aumentar logo a taxa básica de juros do país. Os Fed Funds, por exemplo, passaram a embutir logo após a divulgação do dado uma chance maior agora de elevação neste mês, de 34% ante 27%.

Como nos EUA também haverá feriado na segunda-feira – Dia do Trabalho -, os investidores adotaram a cautela, ainda mais porque os mercados na China estão fechados em razão de um outro feriado e só voltam justamente quando Wall Street não estará funcionando.

O Dow Jones terminou o dia em baixa de 1,66%, aos 16.102,38 pontos, o S&P caiu 1,53%, aos 1.921,22 pontos, e o Nasdaq terminou com desvalorização de 1,05%, aos 4.683,92 pontos. Na semana, acumularam, respectivamente, -3,25%, -3,40% e -2,99%.

Do campo político, também vinha pressão. Isso porque, a despeito de certo alívio com a permanência de Joaquim Levy no comando do Ministério da Fazenda, o vice-presidente Michel Temer voltou a colocar lenha na fogueira do cenário político. Ontem, em encontro com empresários, ele afirmou que será difícil para a presidente Dilma Rousseff concluir o mandato se a situação política e econômica não melhorar até meados de 2016. “Hoje, o índice (de popularidade) é realmente muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice”, comentou. A fala de Temer foi mal recebida pelo mercado, que viu chances maiores de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Petrobras ON cedeu 3,32% e PN caiu 2,85%, enquanto Vale ON teve baixa de 2,62% e PNA recuou 3,09%.

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