O governo do Rio está em negociação para flexibilizar mais um dos projetos do pacote de austeridade apresentado no início do mês passado, disse nesta segunda-feira, 12, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). A ideia, segundo o governador, é mudar a proposta de adiar, para 2020, reajustes nos salários dos servidores públicos que foram concedidos em 2014. O governo poderá aceitar adiar os reajustes em 11 meses, em vez de três anos.
Os reajustes de 2014, para o pessoal da área de segurança pública (policiais, agentes penitenciários e bombeiros) e auditores fiscais, seriam efetivados de forma escalonada, entre 2017 e 2019. Pela proposta original do governo, seriam adiados para 2020, 2021 e 2022. Com o adiamento, a economia seria de R$ 835 milhões em 2017, R$ 1,5 bilhão em 2018 e R$ 2,3 bilhões em 2019, nos cálculos do governo fluminense.
Agora, a ideia é manter os reajustes em 2017, 2018 e 2019, mas, em vez de efetivar os aumentos de salário em janeiro, deixar para a folha de novembro, a ser paga em dezembro de cada um desses anos. Segundo Pezão, representantes dos servidores demonstraram preocupação com um eventual cancelamento dos reajustes acordados em 2014.
“Eles tinham muita preocupação, porque uma vez ocorreu que um governador deu um aumento, e entrou outro governo e tirou o aumento”, disse Pezão, após participar de reunião com o governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT).
Pezão refutou a ideia de que o pacote de ajustes está sendo completamente mudado. “Muitas medidas estão sendo discutidas e negociadas no Parlamento, que é o local apropriado. Estamos avançando em diversas discussões, inclusive com as categorias, com representantes dos funcionários. Conversei com toda a área de segurança”, afirmou o governador.
Nesta terça-feira, 13, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) organizará uma reunião com secretários estaduais e comandantes da área de segurança, além dos sindicatos dessas categorias, como informou ao jornal O Estado de S. Paulo no domingo o presidente do Legislativo, Jorge Picciani (PMDB).
O plano de Picciani é negociar diretamente com os servidores e os comandos das forças. Um acordo passaria por um compromisso do governo com o pagamento em dia de salários e do 13º. Após obter uma “proposta mínima”, os deputados articulariam o acordo com o governo. A reportagem apurou que as movimentações do governo e do Legislativo estão ocorrendo de forma paralela.