O famoso Castelinho da Rua Apa, construção pitoresca do centro paulistano, não terá suas obras de restauro concluídas neste ano, conforme previsão inicial. Por causa de um problema no fornecimento de materiais para a reta final do restauro, o palacete não tem condições de ser reinaugurado antes de fevereiro, conforme estima a ONG Clube de Mães do Brasil, entidade responsável pelo local desde os anos 1990.
Desde outubro, entretanto, a fachada praticamente reconstruída já pode ser admirada por quem avista o imóvel a partir do Elevado Presidente João Goulart, o Minhocão.
Foram muitas idas e vindas nos últimos anos até que a reforma do castelinho finalmente saísse do papel. No ano passado, boa parte do custo total orçado para a recuperação – no valor de R$ 2,9 milhões – foi viabilizada graças à Secretaria Estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania, que solicitou recursos ao Fundo Estadual de Defesa dos Interesses Difusos.
Quando ficar pronto, o imóvel vai funcionar com anexo do Clube de Mães, instituições filantrópica que cuida de moradores de rua.
História
O castelinho foi erguido em 1912 e era propriedade da família Dos Reis. Em 1937, uma tragédia familiar destruiu o clã. Dois meses depois da morte do pai, a mãe e os dois filhos foram encontrados mortos ao lado de uma pistola automática. O crime nunca foi esclarecido. O episódio fez surgir a fama de que o local é mal-assombrado – lendas e relatos passaram a ser abundantes.
Sem herdeiros, o imóvel foi repassado ao patrimônio do Governo Federal. Em 1982, abandonada, a residência passou a servir de depósito para catadores. Desde 1996, a ONG Clube de Mães tem a concessão para a utilização do local.
O castelinho é protegido pelo órgão municipal de defesa do patrimônio, o Conpresp, desde 2004 – o processo foi aberto em 1991.