Os mercados acionários de Nova York tiveram sessão volátil nesta terça-feira, 6. Após uma abertura mista, os índices perderam fôlego em meio ao discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, mas chegaram a se firmar em alta no meio da tarde. Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rejeitar acordo com a oposição por mais estímulos fiscais, porém, o quadro piorou.
O índice Dow Jones fechou em baixa de 1,34%, em 27.772,76 pontos, o S&P 500 recuou 1,40%, a 3.360,97 pontos, e o Nasdaq caiu 1,57%, a 11.154,60 pontos.
Após terem subido ontem, as bolsas mostravam pouco fôlego desde o início do dia, à espera de declarações de Powell. O presidente do Fed reafirmou a postura favorável a estímulos do BC e pediu mais estímulos fiscais, porém os índices acionários perderam um pouco de força em meio a suas declarações, ainda sem sinal único. Já mais para o fim da tarde, houve piora e mínimas no dia, após Trump rejeitar o diálogo com os democratas, dizendo que pretende aprovar estímulos fiscais apenas após a eleição presidencial de 3 de novembro.
Ações de gigantes do setor de tecnologia também contribuíram para o recuo de hoje. Além da declaração de Trump, pesou nesse caso relatos da imprensa americana de que deputados da Câmara dos Representantes poderiam recomendar restrições a seus negócios, inclusive potencialmente a divisão dessas empresas. Facebook fechou em baixa de 2,26%, Apple caiu 2,87%, mesmo em meio à notícia de que pode anunciar o novo Iphone em 13 de outubro, Alphabet cedeu 2,15% e Amazon, 3,10%.
Já o papel da Boeing caiu 6,81%, após a fabricante de aviões informar que projeta impacto da pandemia no setor que pode somar US$ 200 bilhões em uma década. General Electric fechou em baixa de 3,74%, após ela ter dito que recebeu notificação da Securities and Exchange Commission (SEC) relacionada a seus práticas de reconhecimento de receita, com potenciais violações.
A Pantheon comenta que os casos da covid-19 mostram certa estabilização nos EUA "por ora", mas diz que as altas taxas de positivos nos testes em muitos Estados significam que ainda há riscos altos. Para a consultoria, sem estímulo fiscal "muito em breve", aumenta o risco de que a economia americana sofra com estagnação ou mesmo passe a contrair.