Noticia-geral

Ministério diz que tomou medidas sobre BVDV por precaução

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Alexandre Santos, afirmou que as medidas adotadas até o momento sobre o vírus BVDV são feitas por precaução. “Existem indícios. Técnicos foram enviados para ajudar na investigação. A notificação da OMS faz parte do regulamento sanitário.”

Um dos pesquisadores envolvidos no estudo disse que a tarefa, neste momento, é identificar o vírus inteiro do BVDV. “Encontramos trechos de fragmento de genoma. É preciso mais. Seria uma leviandade afirmar de forma categórica que o BVDV está associado à síndrome das crianças.”

Casos de infecção do gado provocada pela Diarreia Viral Bovina (BVDV) são identificados no Brasil desde a década de 60. Estudos mostram que o vírus é encontrado em várias partes do País e afeta, principalmente, o gado leiteiro. “Não é uma doença de notificação compulsória. A vacinação também não é feita de forma regular. O fato é que há muitos rebanhos contaminados”, afirma o professor do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da Universidade Federal de Santa Maria Eduardo Flores.

A contaminação pelo vírus pode acontecer por meio das secreções (como durante a alimentação no cocho) e pelo sêmen. O ponto-chave para o controle da doença está na identificação e no controle de animais portadores do vírus, mas que não apresentam sintomas. “Esses bezerros geralmente são contaminados na última fase da gestação. Eles clinicamente são normais, mas excretam vírus continuamente.”

Rebanhos com grande circulação do vírus, disse o professor, trazem grandes perdas reprodutivas. “Abortos, natimortos e más-formações”, conta.
A dúvida de pesquisadores é por que um vírus presente há tanto tempo no País e em outras partes do mundo agora está sendo associado a uma doença tão grave? Há várias hipóteses. Embora até hoje não haja registros de contaminações ambientais, uma das possibilidades avaliadas é de que o vírus entre em contato com humanos por meio da água contaminada pelas fezes do animal. “A região afetada sofre com desabastecimento de água.

Poços geralmente estão próximos de locais onde o gado pasta”, disse o pesquisador. Há também a possibilidade do consumo de leite cru. Tais fatores de risco, no entanto, sempre existiram.

“A diferença é que agora entra em cena o zika, que poderia de alguma forma se associar com BVDV”, diz um integrante do Ministério da Saúde. “Mas são hipóteses. São necessários ainda estudos para comprovar alguma relação.” Santos afirma que, no momento, não é preciso adotar nenhum cuidado extra. “São as recomendações de sempre: comer carne cozida, usar leite pasteurizado.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Posso ajudar?