O Banco do México informou que vendeu US$ 2 bilhões no mercado de câmbio na semana passada para dar suporte ao peso. A Comissão de Câmbio Externo do país, que inclui autoridades do Ministério de Finanças, aprovaram na semana passada o uso de intervenções diretas nos mercados para sustentar a moeda local. Segundo o governo mexicano, a fraqueza do peso não é justificada pelos sólidos fundamentos econômicos do país.
Intervenções diretas pegam de surpresa os investidores que apostam contra a moeda, o que pode gerar perdas para eles. A mudança anunciada na semana passada de leilões diários de dólar realizados pelo banco central para vendas de dólar não programadas foi acompanhada por outras medidas – incluindo um aumento inesperado na taxa básica de juros e planos para cortar os gastos do governo em 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
O Banco do México também informou hoje que as reservas internacionais do país aumentaram US$ 309 milhões na semana passada, para US$ 174,7 bilhões. A queda de US$ 2 bilhões provocada pela intervenção no câmbio foi contrabalançada por vendas de US$ 1 bilhão para o banco central pela estatal Petroleos Mexicanos (Pemex) e de US$ 1,3 bilhão pelo governo federal. O governo emitiu 2,5 bilhões de euros (US$ 2,8 bilhões) em bônus globais na semana passada.
Apesar de o banco central ter vendido mais de US$ 28 bilhões em leilões programados de dólar desde dezembro de 2014, o peso atingiu uma mínima histórica no começo deste mês, com o dólar a 19,4485 pesos, pressionado pelo declínio nos preços internacionais do petróleo. O México depende da exportação de petróleo para cerca de um quinto do orçamento federal.
O peso, que está entre as moedas mais negociadas ativamente no mundo, também sofre quando os investidores querem proteção contra declínios nos mercados emergentes. A divisa mexicana se fortaleceu desde que as medidas foram anunciadas e às 16h16 (de Brasília), o dólar subia para 18,1919 pesos.
O Banco do México defende a flutuação da taxa de câmbio e tinha preferência por usar leilões programados com regras fixas quando intervinha no mercado para conter alguma volatilidade. As intervenções diretas que foram retomadas agora haviam sido usadas em fevereiro de 2009, durante a crise financeira global, quando o banco central vendeu dólares em seis dias diferentes, num total de US$ 1,84 bilhão. Fonte: Dow Jones Newswires.