Economia

Vendas da Ambev no Brasil caem 3,5% no 4º trimestre

As operações brasileiras da Ambev registraram queda de 3,5% no volume de bebidas vendido no quarto trimestre de 2015, passando para 32,677 milhões de hectolitros ante volume de 33,873 milhões em igual período do ano passado. O desempenho foi resultado de queda tanto nas vendas em volume de cervejas como no volume de refrigerantes e bebidas não alcoólicas. No acumulado do ano, o volume no Brasil caiu 2,7%, para R$ 114,354 milhões de hectolitros.

Entre outubro e dezembro, o volume de cerveja comercializado no Brasil teve queda de 2,5%, somando 24,380 milhões de hectolitros. Já o segmento de refrigerantes e bebidas não alcoólicas apresentou retração de 6,4% no volume do período, chegando a 8,297 milhões de hectolitros no quarto trimestre de 2015.

A receita líquida consolidada oriunda do Brasil cresceu 7% no trimestre na comparação anual, somando R$ 8,460 bilhões no quarto trimestre de 2015 contra R$ 7,908 bilhões em igual período do ano passado. O aumento verificado na receita líquida por hectolitro (ROL/hl) foi de 10,9%, para R$ 258,9 ante R$ 233,5 na mesma base de comparação.

Já Custo do Produto Vendido (CPV) teve alta de 4,4%, totalizando R$ 2,380 bilhões no quarto trimestre, enquanto o CPV por hectolitro (CPV/hl) subiu 8,2%, para R$ 72,9. As despesas com vendas, gerais e administrativas consolidadas das operações no Brasil cresceram 9,9%, para R$ 2,080 bilhões.

Cerveja

Segundo a Ambev, a participação no mercado nacional de cervejas manteve-se em 67,5% em 2015.

Isoladamente, as receitas provenientes das vendas de cerveja no País avançaram 8,4%, alcançando R$ 7,268 bilhões no trimestre. No indicador de receita líquida por hectolitro (ROL/hl), a alta foi de 11,2% para R$ 298.

Em sua divulgação de resultados a companhia considerou que os volumes de cerveja caíram “impactados, principalmente, pelo ambiente macroeconômico adverso e um clima desfavorável no trimestre, com mais chuvas do que no mesmo período do último ano”. O resultado, disse a Ambev, foi parcialmente compensado pelas vendas dos segmentos premium e do chamado “near beer”, negócio de bebidas alcoólicas voltadas para ocasiões de consumo menos usuais de cerveja, caso da marca Skol Beats. A Ambev informou que o segmento de near beer agora representa 1% do volume de cerveja e contribui para aumentar a participação da empresa no mercado total de bebidas.

Já o CPV de cerveja no Brasil aumentou 6,8% no período, para R$ 1,953 bilhão, enquanto o CPV por hectolitro cresceu 9,5%, para R$ 80,1. A Ambev afirmou que a alta do CPV é explicada por desvalorização da moeda, mix de produtos em razão do crescimento de cervejas premium, e uma inflação mais elevada.

Refrigerantes e bebidas não alcoólicas

Já no mercado de refrigerantes, a alta nos preços médios não garantiu crescimento de receita no trimestre. A receita líquida obtida com as vendas de refrigerantes somou R$ 1,195 bilhão ante R$ 1,207 bilhão no quarto trimestre de 2014, queda de 1%. A ROL/hl teve alta de 5,8% na mesma base de comparação, passando de R$ 136,2 para R$ 144.

O CPV teve queda de 5,1%, para R$ 427,5 milhões, enquanto o CPV/HL subiu 1,4%, chegando a R$ 51,5.

Despesa líquida

A Ambev reportou crescimento de 88% na sua despesa financeira líquida no quarto trimestre de 2015 na comparação com o mesmo período de 2014. O resultado financeiro entre outubro e dezembro ficou negativo em R$ 1,106 bilhão, afetado por maiores perdas com derivativos e despesas com juros.

As perdas com instrumentos financeiros, segundo a Ambev, foram impulsionadas principalmente pelo custo de carregamento dos hedges de moeda, em sua maior parte relacionados ao custo de produto vendido no Brasil e na Argentina. A companhia afirmou que o efeito foi parcialmente compensado por ganhos de carrego de posições de caixa no exterior hedgeadas para reais.

A companhia comenta que, dependendo do instrumento de hedge, o efeito caixa pode divergir do momento de reconhecimento da despesa. A Ambev destaca ainda que, dependendo do instrumento, taxas de juros significativas e variações cambiais podem gerar ganhos ou perdas mensais sem efeito caixa devido à marcação a mercado destas posições, o que a companhia considera que explica a volatilidade trimestral em 2015.

No trimestre, as perdas com derivativos chegaram a R$ 697,7 milhões, superiores ao montante de R$ 55 milhões em perdas do mesmo período de 2014.

Já a linha de despesas com juros chegou a R$ 334,3 milhões entre outubro e dezembro de 2015, ante R$ 195,3 milhões do mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, essas despesas chegaram a R$ 1,036 bilhão.

A Ambev destacou que no ano houve uma despesa de cerca de R$ 600 milhões contabilizada na linha de despesas com juros relativa à opção de venda associada ao investimento na República Dominicana. Como parte da transação com a Cerveceria Nacional Dominicana (CND) em 2012, foi emitida a opção de venda exercível até 2019, que poderá resultar em uma aquisição pela Ambev S.A. das ações remanescentes da CND, por um valor baseado no Ebitda das operações.

O restante das despesas com juros, de acordo com a Ambev, é explicado pelo pagamento de juros das dívidas. A alta, destaca a companhia, está associada às taxas de juros no Brasil.

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