O presidente executivo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), Venilton Tadini, afirmou nesta quinta-feira, 14, que a redução de taxas de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o aumento de recursos para empréstimos no âmbito do Exim Pré-Embarque ajudam e são importantes no desempenho do setor, mas o problema é que a conjuntura internacional está “muito ruim”. “Estados Unidos não retomam o crescimento, a China tem crescimento modesto, o Japão está parado e a Europa está plana”, citou.
Para ele, uma das condições para a retomada do crescimento do setor era o câmbio, mas, na verdade, o entrave principal é a falta de investimentos em infraestrutura. “O câmbio poderia ser uma válvula de crescimento, mas o setor esbarra no comércio internacional, que se recupera, e ainda mais na falta de aportes em infraestrutura. Nossa indústria está com uma capacidade ociosa muito grande, o que também dificulta a retomada de crescimento”, explicou.
Para ele, depois do domingo, quando está prevista a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o ambiente será pior em incertezas para tomada de decisões do empresário brasileiro. “Esperamos que o arranjo político que virá crie condições de um ambiente de negócios satisfatório para investimentos”, ressaltou.
Leilões
O presidente da Abdib ainda afirmou que, dado o cenário político-econômico atual, a venda de 60% dos lotes de energia no leilão de ontem foi um “relativo sucesso”. “60% não é de animar ninguém. Mas dada a conjuntura atual é um relativo sucesso. Esperávamos bem menos, menos de 50%”, disse.
Tadini disse que, para os próximos leilões, o setor está verificando a maturidade dos projetos e se estão com estudo adequado de viabilidade para atraírem investidores. “O que o governo poderia fazer – aumentar participação de TJLP, agilizar debêntures e garantias -, já foi feito”, ressaltou.