Cerca de trinta homens armados com fuzis e metralhadoras transformaram o centro de Ibiúna, interior de São Paulo, em cenário de guerra, na madrugada desta quinta-feira, 7. Os criminosos passaram pela frente da delegacia da Polícia Civil e o batalhão da Polícia Militar fazendo disparos antes de atacar com explosivos as agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Eles ainda renderam dois frentistas de um posto de gasolina e usaram um deles como escudo humano. Um vigia também foi rendido, mas ninguém ficou ferido.
Os bandidos bloquearam a rua onde ficam as duas agências com vários carros e um ônibus e, segundo testemunhas, fizeram muitos disparos. Fachadas do posto e de várias casas foram atingidas. Em uma das agências, um vigia foi dominado e ficou deitado na calçada até o fim da ação, que durou cerca de 40 minutos. Sua arma foi levada. Pelo menos seis explosões foram ouvidas pelos moradores. Os criminosos retiraram o dinheiro dos cofres das agências e dos caixas eletrônicos.
Moradores que velavam um corpo no salão paroquial da igreja matriz entraram em pânico. As luzes foram apagadas e parentes e amigos do falecido se deitaram no chão. Os criminosos fugiram em vários carros e não houve perseguição. Até a noite, ninguém tinha sido preso. As agências ficaram destruídas. Foi o terceiro ataque a bancos da cidade em menos de dois anos.
No mesmo horário, outra quadrilha armada com fuzis explodiu o cofre de uma agência do Banco do Brasil em Cerquilho, na mesma região. Os criminosos fizeram vários disparos contra a base da Polícia Militar. Ninguém foi preso. Os ataques ocorreram no quinto dia útil do mês, quando os bancos estão com dinheiro de pagamentos de trabalhadores e aposentados.