Economia

Aneel: um terço dos apagões de agosto/2014 a julho/2015 tem causa desconhecida

Um terço dos desligamentos forçados nas linhas de transmissão de energia e subestações tem causas desconhecidas, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Dos 3.386 episódios de apagões e apaguinhos no sistema de transmissão ocorridos entre agosto de 2014 a julho de 2015, 984 tiveram motivo desconhecido, o que representa 29% do total. Em segundo lugar, aparecem falhas humanas, com 489 ocorrências, à frente de descargas atmosféricas (480), queimadas (346) e chuvas (107).

A falta de informações do órgão regulador a respeito da maioria dos desligamentos e a elevada quantidade de falhas humanas serão o principal foco de atuação da área de fiscalização da Aneel neste ano. O objetivo é prevenir novos apagões.

De acordo com o superintendente de Fiscalização de Serviços de Eletricidade da Aneel, José Moisés Machado da Silva, na maioria das vezes as empresas não sabem as razões dos desligamentos no momento em que eles ocorrem. Porém, após uma investigação, a causa é descoberta, mas a informação acaba não sendo reportada à Aneel. Ir atrás dessa informação será o primeiro passo da agência.

“Queremos fazer uma campanha para termos acesso a uma informação mais qualificada, mesmo que não seja no momento imediato da ocorrência”, afirmou.

Após a obtenção desses dados a Aneel pretende estabelecer ações e planos mais focados na prevenção dessas falhas.

Para o Ministério de Minas e Energia, o principal problema a ser solucionado são os desligamentos causados por falhas humanas. Segundo o superintendente, na maioria das vezes, as falhas humanas estão associadas a erros na montagem de equipamentos de proteção. “O ministério pediu para que a gente desse um foco na questão”, disse. “Nosso objetivo é fazer um trabalho mais intenso e preventivo e de monitoramento contínuo.”

No caso da distribuição, a atuação da Aneel será mais focada na percepção do consumidor sobre a qualidade do serviço. A agência vai levantar quais as falhas mais comuns de cada empresa, como aspectos comerciais, técnicos ou de qualidade.

As concessionárias são multadas quando não atendem aos critérios estabelecidos pela Aneel para a prestação do serviço. Porém, o objetivo da agência é tentar monitorar as causas antes de simplesmente aplicar as penalidades. “Não vamos abrir mão de punir as empresas caso a prestação de serviço não seja adequada”, disse o superintendente.

Neste ano, a Aneel pretende fazer uma atuação de forma mais específica em 14 empresas de distribuição. Na área de transmissão, o número de empresas ainda não foi fechado.

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