A queda do dólar no mercado externo nesta quinta-feira, 28, favoreceu o recuo da moeda americana também no Brasil. No mercado à vista, a divisa terminou o dia em baixa de 0,92% frente ao real, cotada a R$ 3,4921. A baixa no mercado externo esteve relacionada principalmente às decisões de política monetária do Federal Reserve e do Banco do Japão, além do avanço do petróleo. No Brasil, a expectativa em torno do impeachment da presidente Dilma Rousseff e a ausência do Banco Central dos negócios intensificaram o movimento.
O dólar recuou durante todo o dia. Pela manhã, repercutiam a decisão do Fed, que ontem manteve os juros na faixa entre 0,25% e 0,50% e indicou não ter pressa para elevar as taxas. Ao mesmo tempo, retirou do comunicado da decisão a palavra “riscos” ao se referir aos acontecimentos globais e citou o fortalecimento no mercado de trabalho. Hoje, os investidores se apegaram à ideia de que os juros não subirão em junho.
No mercado à vista, o dólar chegou a marcar a máxima de R$ 3,5220 (-0,08%) às 10h21, já com todas essas informações nas telas dos operadores. Mas o viés era claramente negativo para a divisa americana, que logo depois voltou a aprofundar perdas. Ainda mais porque, apesar de as cotações à vista caírem abaixo dos R$ 3,50, o Banco Central se manteve distante dos negócios. Nenhum leilão de swap cambial reverso (equivalente à compra de dólares no mercado futuro) foi feito hoje, o quarto dia consecutivo sem atuações do BC.