A Ternium, subsidiária do grupo ítalo-argentino Techint, e a japonesa Nippon Steel, que fazem parte do bloco de controle da Usiminas, se uniram na quinta-feira, 28, para escolher o presidente do conselho de administração da siderúrgica mineira. O advogado Elias Brito, indicado pela Ternium, foi eleito ao cargo, desbancando Marcelo Gasparino, que concorria novamente à vaga.
A trégua entre os sócios ocorreu em um raro momento, uma vez que os dois acionistas da Usiminas brigam desde setembro de 2014. A estratégia de Ternium e Nippon foi barrar um representante dos minoritários à principal vaga do conselho.
Na terça-feira, os principais acionistas já tinham sofrido um revés do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que autorizou a indicação de dois membros – Gesner de Oliveira e Ricardo Weiss – da CSN, do empresário Benjamin Steinbruch, para compor o conselho de administração da empresa. A CSN é o maior acionista minoritário fora do bloco de controle da Usiminas.
Foram eleitos, na quinta, 11 membros para o conselho. Além de Brito, o BTG Pactual, também acionista, emplacou o advogado Francisco da Costa e Silva, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que Ternium, Nippon e Usiminas vão recorrer da decisão do Cade que autorizou a indicação de Oliveira e Weiss. Ontem, a reunião da Usiminas que elegeu o novo presidente do conselho teve a presença do procurador-chefe do órgão Victor Santos Rufino.
No dia 12 de maio, os novos conselheiros da Usiminas voltarão a se reunir para discutir o futuro da companhia, que passa por sérios problemas financeiros e corre o risco de pedir recuperação judicial.
Nesta data, vão eleger a nova diretoria executiva do grupo – ponto na qual Nippon e Ternium devem voltar a discordar. A Nippon vai defender a permanência de Rômel de Souza como presidente, segundo fontes. Já a Ternium é a favor da renovação dos quadros da companhia, sob a alegação de que os atuais executivos não conseguem conter a crise da empresa.
Cisão
Em paralelo, os dois sócios também discutem a cisão da Usiminas. A Ternium ficaria com a unidade de Cubatão (SP) e a Nippon, com Ipatinga(MG). Essa questão é um consenso entre os principais acionistas, que ainda não chegaram a um acordo sobre o preço. “Não há definição de quem vai ficar com qual passivo (trabalhista e ambiental), por exemplo”, disse outra fonte ao Estado. Procurados, Nippon e Ternium não comentaram o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.