Após um dia de noticiário intenso e muitas incertezas quanto aos próximos acontecimentos, a Bovespa fechou em queda de 3,56%, aos 47.130,02 pontos e com R$ 8,2 bilhões em negócios, nesta terça-feira, 15. As notícias do cenário político concentraram as atenções no mercado. A possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se tornar ministro da Secretaria de Governo e os desdobramentos da homologação da delação premiada do senador Delcídio Amaral (MS) estiveram entre os principais fatores de influência nos negócios.
Os ativos brasileiros vinham acumulando ganhos até a semana passada, com a análise de que os recentes fatos levariam ao afastamento da presidente Dilma Rousseff. Essa percepção ganhou força até os protestos de domingo contra o governo Dilma, Lula e em apoio ao juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato.
As especulações em torno da nomeação de Lula passaram a ganhar mais força desde que a Justiça de São Paulo encaminhou para Moro a decisão sobre a denúncia e o pedido de prisão de Lula feitos pelo Ministério Público paulista, no caso da propriedade do tríplex de Guarujá. A nomeação de Lula, além de dar foro privilegiado ao ex-presidente, teria por objetivo dar maior sobrevida ao governo Dilma. O resultado das especulações foi a forte queda das ações e forte alta do dólar.
O cenário internacional avesso ao risco acabou por reforçar essa tendência, uma vez que petróleo e minério de ferro tiveram quedas. As bolsas europeias fecharam em baixa e as americanas andaram de lado. Os papéis da Petrobras tiveram queda de 10,68% (PN) e 6,60% (ON). Com esse resultado, as ações preferenciais da estatal anularam os ganhos que ainda acumulavam no mês. Por outro lado, as ações ordinárias do Banco do Brasil, que lideraram as quedas do Ibovespa (-21,17%), ainda conservam valorização de mais de 30% no mês.