O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira, 22, ser factível a inflação terminar o ano abaixo do limite superior da meta, ou seja, em até 6,5%. Ele ponderou ainda que para o controle do custo de vida, a política fiscal é determinante.
“A política fiscal, quanto mais apertada, para nós é melhor. Com o avanço nas medidas que têm sido propostas pelo governo, o ajuste fiscal seria importante nesse processo de ancorar expectativas e de distensão monetária mais a frente”, disse o presidente do BC a parlamentares durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
Tombini relatou que nas próximas semanas o BC irá divulgar o Relatório Trimestral de Inflação, documento que trará as expectativas atualizadas da instituição para a economia. Ele ponderou ainda que o BC está tocando o processo de desinflação que, na avaliação dele, está começando agora. Argumentou ainda que no início da convergência é importante que os agentes e a população se convençam desse processo para só depois poder ocorrer uma distensão monetária.
“As expectativas dos agentes têm de estar mais baixas do que hoje para esse processo de distensão ter inicio. Para recuperar a confiança dos consumidores, é preciso que a inflação decline”, afirmou Tombini.
De acordo com o presidente do BC, nos cinco anos à frente da autoridade monetária, apenas descumpriu a meta no ano passado, precisando escrever uma carta com explicações ao ministro da Fazenda.
Questionado sobre a possibilidade de ajustar a meta de inflação, na possibilidade de não cumpri-la, Tombini disse que há controvérsias sobre o tema, mas avaliou que o regime já contempla salvaguardas e a própria explanação do BC quando não cumpre a meta.
“Ajustar a meta para que? Para não escrever a certa? Para ajustar expectativas?”, questionou. “Se este ano o BC não entregar a inflação, vai ter que escrever uma carta novamente, mas nosso trabalho é no sentido de atingir o nível superior da banda em 2016 e o centro da meta em 2017.”