O Comitê de Política Monetária (Copom) deve trazer poucas novidades nas próximas reuniões, a julgar pelo Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 28, pelo Banco Central. Pelo documento, a Selic ficará inalterada em 14,25% ao ano em 2016. Esta é a oitava semana consecutiva em que não há mudanças para este indicador. O mesmo ocorre com a Selic média de 2016, também em 14,25% ao ano pelo mesmo período de tempo.
Para o fim do ano que vem, o relatório mostra que a Selic estará em 12,50%, a mesma taxa prevista há quatro levantamentos. A única mudança vista no documento geral sobre os juros é em relação à taxa média do ano que vem, que caiu de 12,83% para 12,79% ao ano – um mês antes estava em 12,98% aa.
Já nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus (médio prazo), houve uma importante alteração: a previsão para a Selic no fim de 2016 saiu dos 14,00% aa e agora está em 14,25%.
A tendência de alta esperada pelo grupo para este ano, no entanto, não se verifica no caso de 2017, já que para o encerramento do ano que vem esses mesmos analistas apresentaram expectativa de taxa a 12,00% ao ano. A projeção anterior apontava estimativa de 12,50%. Um mês antes, a mediana estava em 12,25% AA.
2017
Há meses, o mercado financeiro já dá como certo o primeiro corte do juro básico da economia em janeiro do ano que vem. Pela abertura do Relatório de Mercado Focus, a Selic passará na ocasião dos atuais 14,25% ao ano para 13,75% aa. Passou a existir agora, no entanto, uma divisão de opiniões sobre o passo seguinte da autoridade monetária. Para parte dos analistas do setor privado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduzirá a taxa para 13,50% aa na reunião de fevereiro (patamar apontado até a semana passada), enquanto outra corrente já aposta em um corte maior, de 13,25% aa. Por conta desse dissenso, a mediana dos juros que aparece para o período está em 13,38% aa.
Para março, não houve alterações, com a mediana em 13,25% aa, mas, para abril, foi feita uma correção das expectativas de 12,88% para 12,75% ao ano. Mais uma vez, a saída de uma divisão que existia no mercado financeiro sobre o rumo da Selic foi para a ponta de baixo. Em maio e junho, pelo levantamento atualizado há pouco, o juro básico da economia deve permanecer nesse patamar (12,75%) para ser reduzido novamente em julho, para 12,50%. Em agosto, a expectativa é de manutenção, mas em setembro, último dado disponível, a percepção é a de que a Selic recuará para 12,00% ao ano, nível inferior ao apresentado na pesquisa geral para o encerramento de 2017 (de 12,50%).
Como o BC ainda não divulgou o calendário de reuniões do Copom do próximo ano, as previsões do mercado são apresentadas para todos os meses do ano. Vale lembrar que os encontros são promovidos a cerca de 43 dias de distância entre si.