As atividades de serviços contempladas com a desoneração da folha de pagamento tiveram, em 2013, o menor nível de despesas com encargos em relação ao total gasto com pessoal ocupado, informou nesta quarta-feira, 23, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor aéreo foi o maior beneficiado, com queda real de 29,4% no valor dos encargos ante 2012, segundo estudo realizado no âmbito da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) de 2013.
Em linhas gerais, a relação dos encargos sobre o total de gastos com pessoal ocupado ficou em 31,1% na média de 2007 a 2013, período em que a pesquisa foi realizada. Mas no último ano do intervalo de referência, essa fatia foi de 30,7%, o menor porcentual da série, que teve seu pico em 2008 (31,7%).
“Em 2013, observamos que, com exceção das atividades de serviços de escritório e apoio administrativo, as demais atividades da PAS contempladas pela política de desoneração da folha de pagamento atingiram o menor valor do indicador de encargos sobre gastos com pessoal ocupado desde 2007, o que pode estar refletindo o programa de desoneração”, diz o IBGE.
Entre 2012 e 2013, a maior redução na fatia dos encargos sobre os gastos com pessoal ocupado foi observada no transporte aéreo, em que o porcentual passou de 35,8% para 27,6% no período – uma redução de 8,2 ponto porcentual em apenas um ano. Neste segmento, o valor real dos encargos caiu 29,4% em 2013 ante 2012.
O IBGE ainda apontou outros setores beneficiados pela política, com consequente redução na fatia dos encargos sobre os gastos com pessoal ocupado no período de um ano. Entre eles estão os transportes rodoviários de passageiros (-4,9 pp, para 29,8% em 2013), transporte aquaviário (-4,5 pp, para 31,2%) e serviços de alojamento (-2,1 pp, para 22,2%). No setor de transportes como um todo, a queda real dos encargos foi de 7,1% em 2013 ante 2012.
Os segmentos de transportes foram incluídos na lista dos setores desonerados em janeiro de 2013. Antes, no início de 2012, haviam sido beneficiadas as atividades de tecnologia da informação, serviços de engenharia e arquitetura (dentro do setor técnico-profissional) e call centers (que faz parte dos serviços de escritório). Em agosto de 2012, foi a vez dos serviços de alojamento.
Como nem todos os serviços técnico-profissionais foram desonerados, o IBGE não conseguiu medir os efeitos da política sobre as atividades de engenharia e arquitetura. Mas os serviços de escritório e de informação já vinham registrando redução na fatia dos encargos sobre o total de gastos com pessoal ocupado, chegando aos mínimos de 28,1% e 28,4% em 2013, respectivamente.