Economia

Juros terminam nas máximas, pressionados por dólar e estresse político

A trajetória altista do dólar foi um dos principais componentes para a elevação das taxas de juros futuras para as máximas nesta quarta-feira, 23, evolução que também ocorreu em meio à percepção de que o quadro doméstico está bastante deteriorado. Assim como ocorreu no câmbio, nos juros o Tesouro Nacional também anunciou, para amanhã, operações extraordinárias de venda e compra de NTN-F para tentar atenuar a pressão nos juros, mas a notícia teve impacto pontual de contenção sobre as taxas.

O contrato de DI para janeiro de 2016 terminou em 14,795%, de 14,58% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2017 acabou a 16,47%, de 15,75% no ajuste de ontem. A taxa para janeiro de 2019 ficou em 16,92%, de 16,22%, e o vencimento de janeiro de 2021 acabou a 16,80%, de 16,14%.

Em meio à trajetória altista da moeda norte-americana e com os investidores em juros preocupados com a evolução do ajuste fiscal, depois que alguns vetos a medidas importantes de aumento de gastos não foram apreciados no Congresso, o Tesouro divulgou comunicado que fará um leilão extraordinário amanhã. Trata-se de compra e venda de NTN-F, em substituição ao leilão de venda tradicional de LTN previsto para o dia 24 de setembro. Segundo a portaria, serão leilões simultâneos, sendo a oferta de compra de até 1 milhão de papéis para seis vencimentos e a de venda, de até 150 mil, também para seis vencimentos.

Dos vetos ainda a serem apreciados, o do reajuste do Judiciário pode criar uma fatura de R$ 36,2 bilhões até 2019. A sessão foi interrompida por falta de quórum e não há prazo previsto para apreciação.

O IPC-S da terceira quadrissemana, divulgado pela manhã, ficou em +0,35%, de +0,28% na segunda quadrissemana, mas não fez preço nos ativos e foi apenas monitorado pelos agentes. Vale destacar que a pressão inflacionária esperada via aumento de dólar está levando o mercado a precificar aumento de juros até a metade do ano que vem. E pensar que há até bem pouco tempo o mercado acreditava que o BC já tinha interrompido as altas e poderia vir a cortar a Selic num futuro próximo.

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