O mercado de trabalho não vive nem de perto um momento favorável, afirmou nesta quinta-feira, 24, o coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo. Em agosto, a taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas brasileiras pesquisadas atingiu 7,6%, a maior para o mês desde 2009.
“Estamos passando longe de um momento favorável do mercado de trabalho. Estamos diante de um quadro em que mercado não está gerando postos de trabalho, pelo contrário, há uma perda de quase meio milhão. E então você percebe tendência de mais pessoas indo buscar trabalho”, explicou Azeredo. “Há uma mudança de rumo no mercado de trabalho no País.”
Na comparação com agosto de 2014, houve extinção de 415 mil postos de trabalho no mês passado, enquanto a fila de desemprego cresceu em 636 mil pessoas. A diferença é explicada pelo movimento de 221 mil pessoas que antes estavam inativas (nem trabalhavam, nem buscavam emprego) e agora passam a procurar uma colocação para recompor o poder de compra da família.
Menos favorável ainda é o que acontece em termos de estrutura, disse Azeredo. O coordenador notou que as maiores perdas de vagas têm ocorrido no emprego formal, com carteira assinada. “Tudo aquilo que conquistamos em termos de qualidade de mercado de trabalho estamos perdendo em 2015”, lamentou.
Em agosto, o emprego com carteira no setor privado encolheu 3,8% ante igual mês do ano passado, com 445 mil demissões.